
Estudantes de Nutrição ensinam como decifrar rótulos de alimentos
Atividades são realizadas em escolas, empresas e comunidades religiosas para alertar sobre o excesso de sódio, gordura, açúcar e conservantes em produtos processados
Texto: Luiz Felipe Fernandes
Fotos: Divulgação
Nem todo consumidor tem o hábito de observar as informações de rótulos e embalagens ou consegue entender o que todos aqueles nomes e números querem dizer. Afinal, o que significa saber que uma porção de bolacha recheada tem 140kcal, 21g de carboidratos e 90mg de sódio? Para despertar pessoas de todas as idades para a importância da prática de ler e de compreender essas informações, o Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás (ICB-UFG) desenvolve o projeto de extensão “Rotulagem nutricional: conheça o que você consome!”.
Por meio de visitas a escolas, empresas e comunidades religiosas é realizado um trabalho de conscientização acerca do excesso de sódio, gordura, açúcar e conservantes em alimentos processados. As próximas ações serão realizadas nos dias 7 e 8, no Serviço Social do Comércio (Sesc) Campinas, entre 14h e 18h. O trabalho é feito por estudantes de Nutrição da UFG, sob a supervisão de uma nutricionista e de uma professora do ICB.
Os materiais utilizados em todas as atividades são desenvolvidos de acordo com o grau de instrução, estilo de vida e faixa etária. Com crianças e adolescentes, por exemplo, são usados recipientes transparentes com as quantidades de gordura, açúcar e sal presentes em alimentos muito consumidos nesta idade, como bolacha, refrigerante, sorvete, achocolatado e pizza. A reação é quase sempre de surpresa. Aos adultos são distribuídos rótulos para que, junto com os estudantes de Nutrição, sejam observados e avaliados os itens mais importantes.
Projeto visa despertar para a importância da prática de ler e de compreender as informações contidas nos rótulos
Falta compreensão
De acordo com a nutricionista Carla Morais, coordenadora externa do projeto de extensão, além da falta de compreensão do consumidor, um dos maiores problemas, por mais inusitado que seja, é o tamanho da letra. “De um modo geral são muitas informações apresentadas numa letra pequena. Isso desestimula a leitura”. Os números da tabela nutricional também não costumam fazer sentido. “Falta extrapolar essas quantidades para informações mais gerais e dedutivas, a partir de comparações e raciocínio crítico acerca do que escolher para se alimentar”, avalia.
Apesar de haver legislação específica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a rotulagem dos produtos, a nutricionista considera que falta fiscalização e que, muitas vezes, as empresas distorcem informações ou se aproveitam de brechas da lei. “É o caso da gordura trans, em que não há valor de referência. Assim, muitos produtos não a citam na rotulagem”. Além disso, as alegações de propriedades funcionais, muito comuns em alimentos vendidos como saudáveis, são pouco fiscalizadas, induzindo o consumidor à compra sem transparência.
Quelle: Ascom UFG
Kategorien: Nutrição