HC realiza mutirão de cirurgias de Otorrinolaringologia
Equipe de otorrinolaringologia realizou, no último sábado (12/8), um mutirão de cirurgias em crianças com hipertrofia das amígdalas e da adenoide

Dezoito crianças, com idade entre 5 e 11 anos, que sofriam com problemas de hipertrofia adenoamigdaliana (aumento das amígdalas e da adenoide), agora vão poder brincar e dormir melhor. Elas foram operadas em um mutirão de cirurgias de adenoamigdalectomia, realizado no último sábado, (12/8), pela equipe de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Allyson Victor Medrado de Paula foi um dos primeiros pacientes operados no Mutirão. Ele sorria e brincava enquanto aguardava para entrar no centro cirúrgico. Já a sua mãe, Daiana Medrado de Paula, por alguns instantes, emocionou-se ao ver seu filho seguir com a equipe de cirurgia. Ela disse que estava muito feliz por saber que seu filho foi um dos pacientes contemplados no Mutirão. “Fiquei muito surpresa, pois a última consulta dele foi feita em maio de 2017 e eu não esperava que ele fosse chamado tão rápido”, conta.
Os mesmos sentimentos de alegria também tiveram a avó do Matheus Gustavo da Fé Borges, 6 anos, dona Joana D’arc da Fé, e a mãe do Igor Fernandes de Morais, 09 anos, Jenaíne Fernandes dos Santos. “Por duas vezes, eu tentei conseguir tratamento para o Igor aqui no HC. Em 2015, ele consultou no ambulatório de otorrinolaringologia e, desde então, vem realizando tratamento no HC e aguardando a cirurgia”, relata Jenaíne. Ela explica que, com dois anos de idade, seu filho começou a apresentar infecções de garganta e de ouvido freqüentes, além de sempre ficar sufocado quando dormia. “Por várias vezes, eu fui com ele para o pronto socorro, porque ele tem alergia a antibiótico e não pode tomar o medicamento quando começam as infecções”, afirma.
Emilly Gabrieli Soares Leite, 10 anos, também tem infecção de garganta constantemente. “Minha filha sempre teve infecção de garganta, mas a adenoide descobrimos em função da dor de cabeça que ela passou a sentir em um determinado momento da infância”, diz a mãe de Emilly, Lilian Aparecida Soares. Já para a mãe de Aryel Pereira Gomes, 7 anos, Iris Kátia Pereira Araújo, a cirurgia é uma possibilidade de melhoria para filha, que tem um caroço em um dos ouvidos. “A Aryel tinha entre 3 e 4 anos quando percebemos que ela tinha um caroço no ouvido. Esse caroço cresce, provoca dores e faz com que a audição dela fique prejudicada. Em função disso, ela faz uso contínuo de medicamentos, que são aplicados por meio do nariz. Esses remédios são essenciais para conter o caroço presente no ouvido, mas acabam gerando dores no nariz, pelo uso rotineiro”, relata Iris.

Sintomas e tratamento da hipertrofia adenoamigdaliana
Daiane Medrada de Paula, mãe de Allyson Victor Medrada, relata que, desde que seu filho nasceu, ele tinha dificuldades para respirar, roncava, apresentava quadros de febre e gripava bastante. A avó do Matheus, Joana D’arc da Fé, também conta que Matheus apresenta os mesmos sintomas. “Ele podia estar com muito sono, mas ele nunca queria ir para a cama, porque ele fungava muito e sentia falta de ar”, relata a avó do garoto.
Isadora Ribeiro Rodrigues, 7 anos, também apresenta os mesmos sintomas. “Desde os 3 anos percebi que ela tinha a adenóide aumentada e agora apareceu a oportunidade de realizar a cirurgia. Na verdade, foi a partir de um tratamento odontológico que notamos a real necessidade de analisar o caso dela. À noite, a Isadora dorme com a boca aberta e, no tempo mais quente, ela respira com muita dificuldade, além do ronco que é sempre muito intenso,” relata a mãe de Isadora, Poliander Marques de Queiroz Ribeiro.
A cirurgia de adenoamigdalectomia é indicada nos casos de hipertrofia adenoamigdaliana. Segundo a chefe da Unidade de Cabeça e Pescoço do HC-UFG, otorrinopediatra Melissa Avelino, a hipertrofia adenoamigdaliana é uma das principais causas de obstrução respiratória na infância, responsável por gerar várias conseqüências na vida da criança, como a alteração do sono, provocada pela respiração bucal, ronco e movimentação da criança durante o sono, o que dificulta que ela durma com qualidade.
“Isso pode trazer repercussões negativas para o crescimento da criança, bem como para o seu desenvolvimento cognitivo, já que ela pode apresentar dificuldades no aprendizado, alterações comportamentais, déficit de concentração e até mesmo hiperatividade. Por isso, é muito importante que a criança tenha um sono com qualidade”, afirma Melissa Avelino. Outros fatores, apontados pela médica, que prejudicam o desenvolvimento da criança com hipertrofia adenoamigdaliana são as recorrentes infecções das vias aéreas e o uso abusivo de antibióticos.

Reconhecimento
Mães e avós das crianças que participaram do mutirão ficaram muito felizes com a iniciativa da equipe de Otorrinolaringologia do HC-UFG. “O Mutirão é uma grande oportunidade para as crianças que precisam da cirurgia para viverem melhor”, disse Poliander Marques de Queiroz Ribeiro, mãe da Isadora Ribeiro Rodrigues. O mesmo elogio e agradecimento foram dados por Iris Kátia Pereira Araújo, mãe de Aryel Pereira Gomes. “A iniciativa do Mutirão é excelente, pois crianças que estavam esperando por muito tempo ganham uma oportunidade de cura e, além disso, como muitas crianças estão passando por um momento parecido, a angústia pré-cirurgia faz com que o medo desapareça”.
Para a mãe de Emilly Gabrieli Soares Leite, Lilian Aparecida Soares, “o HC é um lugar de muita eficiência, desde consultas a procedimentos mais complexos, tudo é muito rápido. Há cerca de duas semanas ligaram avisando e hoje estamos aqui para realizar a cirurgia e possibilitar qualidade de vida para a minha filha”.
Melissa Ameloti agradeceu a equipe de otorrinolaringologistas, residentes, anestesiologistas e a equipe de enfermagem do HC pelo empenho e dedicação na realização do mutirão. “O mutirão beneficiou pacientes que aguardavam pela cirurgia e proporcionará uma melhor qualidade de vida a essas crianças”, avalia Melissa. O mutirão foi realizado por dois professores da Faculdade de Medicina da UFG, Melissa Ameloti e Leandro Azevedo Camargo, 05 residentes do Programa de Residência em Otorrinolaringologia do HC, duas otorrinolaringologistas, Juliane Moreira Barbosa e Juliana Caixeta, e três anestesiologistas.


Fonte: Ascom UFG
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