UFG apresenta inovações no setor dos cosméticos
O evento organizado pela Coordenação de Transferência e Inovação Tecnológica da UFG aproximou empresas da universidade
Texto: Carolina Melo
Fotos: Ana Furtado
As inovações produzidas pela Universidade Federal de Goiás (UFG) nas áreas de matéria-prima, eficácia e toxicidade de cosméticos foram apresentadas nesta terça-feira (27/6) pela manhã em seminário que propiciou a aproximação das pesquisas acadêmicas ao universo da indústria brasileira. O encontro recebeu docentes, acadêmicos, representantes de empresas e indústrias.
A professora da Faculdade de Farmácia (FF), Marize Valadares, apresentou a atuação da Universidade na avaliação da eficácia e toxicidade de cosméticos sem a utilização de animais. Segundo a docente, para determinar o equilíbrio entre a segurança e efetividade de produtos, historicamente os animais são utilizados, mas desde a década de 1980 tal uso passa a não ser justificável. “Aqui na UFG temos todos os suportes para testar produtos sem utilizar animais”, afirmou.
Professoras da UFG apresentam resultados de pesquisas
Para ilustrar sua fala, Marize Valadares apresentou os métodos e estruturas utilizados para comprovar as qualidades seguras dos componentes da Cagaita como fotoprotetor e anti aging. Células humanas in vitro foram utilizadas para a análise do material. “Um grande avanço na ciência e ferramenta para produzir novos cosméticos passa pela engenharia de tecidos, de olhos e pele”, acredita. Enquanto método inovador, a pesquisa também utilizou córnea de bois de abatedores, que seria descartada, para avaliar a irritação ocular. “Desvendamos que não há risco”, contou.
Conforme observou a professora, a avaliação de cosméticos tem implicação científica, econômica e ética. Segundo ela, quando se evita o sofrimento animal, o produto ganha importância no marketing e na imprensa. “Há os selos cruelty free, por exemplo, que contribuem para isso”, afirma.
Ingredientes naturais
A tendência atual dos cosméticos, além da multifuncionalidade, é a valorização de ingredientes naturais. “A inovação passa por esse universo”, ilustrou Marize Valadares. Direcionando o interesse a esse cenário, a professora do Instituto de Química (IQ), Vanessa Pasqualotto Severino, apresentou pesquisa que objetivou identificar as matérias-primas que são potenciais para o uso em cosméticos.
Docentes, estudantes acadêmicos e representantes de empresas e indústrias participaram do evento
Para o levantamento de opções de ingredientes naturais, a pesquisa promoveu a interação com a Comunidade Coqueiros, no município de Catalão, e fez o levantamento etnobotânico de 114 plantas utilizadas pela comunidade, sendo 27, ou seja, 24%, classificadas para uso em cosméticos. Dentre elas, o jenipapo utilizado para acne e rejuvenescimento, o açafrão como cicatrizante, o murici rasteiro para alergia de pele. A pesquisa selecionou duas espécies para fazer a formulação preliminar dos cosméticos, sendo elas o Jatobá-do-cerrado e o Pau-santo, este último utilizado para dor na gengiva, cárie, cicatrização, problemas na pele e micose.
Evento
O Seminário Inovação no Setor dos Cosméticos ainda fez apresentação do caso empresarial do produto Blocskin, da empresa goiana Vitalife, a partir da fala de seu co-fundador Celso Flávio da Silva. Na sequência, os representantes das empresas associadas ao Sindicado das Indústrias Químicas do Estado de Goiás (Sindquimica) fizeram visitas técnicas ao laboratório do Centro Regional para o Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (CRTI) e Laboratório de Cromatografia e Espectrometria de Massas (Lacem), ambos da UFG.
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