Cultura chinesa é apresentada em palestra

Texto: Carolina Melo

Fotos: Ana Fortunato

As impressões sobre a China em grande parte são permeadas pelas imagens midiáticas reproduzidas em programas de TV. O que se sabe são recortes de uma cultura muito mais complexa do que as lentes audiovisuais do ocidente possam captar. A avaliação é de Ana Qiao Jianzhen, diretora do Instituto Confucius, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), que esteve na Universidade Federal de Goiás (UFG) na última sexta-feira (9/6), para dar prosseguimento às negociações para a implementação de um Instituto Confucius na instituição.

Durante o encontro, Ana Qiao iniciou a apresentação com uma série de perguntas: Vocês conhecem a moeda chinesa? Pessoas mais influentes? A história da China? Cidades mais conhecidas? Quantas etnias ela tem? Os principais feriados? A comida chinesa? “Comemos bem menos carne e com pouco sal”, brincou ao final.

Diretora do Instituto Confucius na PUC-Rio visitou a UFG para dar prosseguimento à parceria com a instituição

Em sua fala, a palestrante apresentou alguns dados sobre o País com a intenção de desmistificar a cultura e retratar algumas peculiaridades. Segundo a diretora do Instituto Confucius, na China há 56 etnias, os feriados mais importantes são o Ano Novo Chinês e o Dia do Barco de Dragão, este último comemorado no quinto dia do quinto mês do calendário lunar chinês, em memória ao poeta Qu Yuan. Segundo Ana Qiao, o número preferido dos chineses é o oito. “É um número para trazer boa sorte e ficar mais rico. Os telefones que têm esse número são mais caros. Por outro lado, o número 4 não é muito querido”, afirmou.

Entre as curiosidades, a diretora do Instituto explicou que ao se apresentar ou passar o próprio endereço, os chineses fazem o caminho inverso aos brasileiros: primeiro apresentam o nome da família, depois o pessoal, assim também ocorre com o endereço residencial, começa-se pelo país até chegar ao endereço individual. “Somos mais coletivistas, você são mais individualistas, isto se reflete na forma como assinamos o nosso nome e apresentamos nosso endereço”, concluiu.

A visita de Ana Qiao à Universidade faz parte das etapas de negociações para a implantação do Instituto Confucius na UFG, com a finalidade de firmar uma parceria para o ensino do mandarim e a divulgação da cultura chinesa na instituição. Segundo o diretor da Faculdade de Letras, Francisco José Quaresma de Figueiredo, inicialmente serão ofertados cursos de Núcleo Livre para acadêmicos e para a comunidade.

O Instituto Confucius, criado em 2004, leva o nome do maior pensador Chinês e tem a finalidade de divulgar a língua e a cultura do País. Espalhados em 140 países, de acordo com a apresentação de Ana Qiao, há 512 Institutos Confucius e mais 1073 Confucius Classrooms nas escolas primárias. Na América Latina, em 29 países há 39 Institutos e 19 Classrooms. “Entre outras coisas, oferecemos cursos de língua e cultura, atividades culturais, bolsas de estudo na China, aplicação de exames de proficiência, e summer camp para conhecer a China pelos próprios olhares e não pelo olhar da Globo”, explicou.