Cesio

Debate sobre Césio 137 encerra Semana do Meio Ambiente

On 06/05/17 22:46 .

Tragédia completa 30 anos e mesa-redonda com o tema fez parte da programação de evento realizado pela Escola de Engenharia Civil e Ambiental

Texto: Luciana Gomides

Fotos: Adriana Silva

A tragédia do Césio 137, considerada como o segundo maior acidente radiológico do mundo, completa 30 anos no mês de setembro. Resultado da imprudência das iniciativas públicas e privadas no descarte de elementos radioativos, o desastre provocou a contaminação de centenas de pessoas, direta ou indiretamente. A dimensão do acontecimento, bem como detalhes médicos e jurídicos, foram temas de mesa-redonda que encerrou, na tarde desta segunda-feira (5/6), a Semana do Meio Ambiente da Escola de Engenharia Civil e Ambiental da UFG (EECA). As atividades ocorreram no Auditório Professor Biolkino Pereira, no prédio da EECA, Câmpus Colemar Natal e Silva.

Mesa Cesio II

Mesa-redonda sobre o acidente com o Césio-137 encerrou a Semana do Meio Ambiente da EECA

Mesa Cesio III
Debates foram direcionados à alunos e professores da Unidade de Ensino

O evento teve a presença de representantes do Centro de Assistência aos Radioacidentados (Cara) e do Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste (CRCN-CO). André Luiz de Souza, diretor do Cara, informou sobre detalhes institucionais do Centro e aspectos históricos do acidente, tais como o monitoramento de radiação feito no Estádio Olímpico e o encaminhamento daqueles que apresentaram alto grau de contaminação ao Hospital Geral de Goiânia (HGG) e, em casos mais graves, ao Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro. Dentre os levados para o hospital fluminense estava a menina Leide das Neves, símbolo da tragédia do Césio, falecida 40 dias após a exposição à cápsula.

Mesa Cesio III
André Luiz de Souza abordou aspectos históricos e institucionais do C.A.R.A.

Conforme explicado por André Luiz de Souza, os afetados foram divididos em três grupos de acordo com o grau de radiação – Grupos 1 e 2, vítimas diretas e seus filhos, Grupo 3, vizinhos e trabalhadores da limpeza urbana. Os últimos foram incluídos como radioacidentados graças à sanção da Lei Estadual n.226/2002, que trata dos direitos dos pacientes do Césio 137. Em seguida, Helder Oliveira Amaral, médico do Cara, abordou o monitoramento desses grupos, por meio da realização de estudos que averiguam a relação da radiação com casos de câncer, mutação genética, consequências em gestantes, avaliação imunológica e, por fim, os efeitos odontológicos e psicológicos detectados.

Mesa Cesio IV
Helder Oliveira Amaral discorreu sobre o monitoramento feito pelo C.A.R.A. com as vítimas do acidente

Encerrando a mesa, José Carlos Alves Pereira, membro do Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste (CRCN-GO), unidade regional do CNEN, tratou o laudo técnico da tragédia, identificando o tipo de elemento formado pelo Césio, formas de descarte, diferenças entre contaminação e irradiação, além da própria história do acidente, do qual fez parte nas equipes que mediram o grau de radiação dos terrenos e prestaram assistência às vítimas no Rio de Janeiro. Localizado em Abadia de Goiás, o CRCN foi criado em 1997 com o objetivo de dar guarda institucional aos rejeitos oriundos do acidente.

Mesa Cesio V

José Carlos Alves Pereira tratou dos aspectos técnicos do isótopo

 

 Semana do Meio Ambiente

Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, os docentes da EECA, em parceria com o Centro Acadêmico de Engenharia Ambiental e Sanitária da UFG organizaram, entre os dias 1 e 5 de junho, atividades acadêmicas e culturais, incluindo mesas-redondas, minicursos e peça teatral.

Source: Ascom UFG

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