NDH terá nova sede

Núcleo de Direitos Humanos da UFG terá nova sede

On 17/05/17 11:25 .

Projeto arquitetônico do prédio foi apresentado à comunidade. Construção será executada com recursos doados pelo MPT e ESA

Texto: Camila Godoy

Fotos: Carlos Siqueira

O Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa em Direitos Humanos da UFG (NDH) terá novas instalações. Para apresentar à comunidade o trabalho já realizado, o grupo promoveu o lançamento do projeto arquitetônico da nova sede. A cerimônia ocorreu na noite desta terça-feira (17/5), no Centro de Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal e reuniu diversas autoridades.

O evento também celebrou a parceria da Universidade com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Escola Superior de Advocacia da OAB (ESA), instituições que doaram recursos para a construção. De acordo com o coordenador do Mestrado Interdisciplinar em Direitos Humanos da UFG, professor Ricardo Barbosa, a nova sede é a materialização de uma história que começou há 18 anos e que é responsável pela formação de centenas de profissionais. “As doações do MP e da ESA possibilitam essa realização. É uma forma de reconhecer que acertamos em alguma coisa durante esse tempo. Muito obrigado”, destacou.

O reitor da UFG, Orlando Amaral, também agradeceu pela sensibilidade das organizações: “Infelizmente, com a redução de orçamento, estamos limitados para atender demandas como essa. Assim, a chegada desses recursos é uma notícia muito boa em tempos de apenas notícias ruins. Com certeza os Direitos Humanos têm muito o que fazer para alcançarmos uma sociedade mais justa”.

NDH terá nova sede

Reitor agradeceu as doações do MPT e da ESA para a construção do novo prédio

Representando o MPT, o procurador Alpiniano do Prado se comprometeu a auxiliar o desenvolvimento do projeto, encaminhando mais recursos para a construção, caso necessário. A diretora adjunta da ESA, Antônia Chaveiro Martins, salientou a alegria de participar da iniciativa que, segundo ela, é fundamental para a preservação de memórias. Além deles, participaram da cerimônia o superintendente da Academia Estadual de Segurança Pública, professor Julio Alejandro Quezada, a representante da superintendente interina de Direitos Humanos da Secretaria Cidadã, Lêda Borges de Moura, o secretário municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas, Filemon Pereira Miguel e o coordenador do NDH, professor João da Cruz.

NDH terá nova sede

Antônia Chaveiro Martins, diretora da ESA, elogia trabalho do NDH. Ao fundo, autoridades compuseram a mesa diretiva 

Projeto Arquitetônico

Projetado pelo arquiteto da UFG, Adriano Francisco dos Reis, a nova sede do NDH será localizada no Câmpus Samambaia, ao lado do Centro de Informação, Documentação e Arquivo da UFG (Cidarq). O prédio terá 291m² e contará com estacionamento, recepção, gabinete de professores, sala de reunião, coordenações, secretaria, copa e banheiros.

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Arquiteto Adriano Francisco dos Reis apresentou planta baixa do prédio

Aula Magna

Após a apresentação do projeto, o superintendente da Academia Estadual de Segurança Pública, Julio Alejandro Quezada, ministrou a aula inaugural do Mestrado Interdisciplinar em Direitos Humanos. Atualmente, o professor trabalha na inserção da cidadania na formação dos policiais do estado. Em sua fala, ele trouxe uma abordagem histórica da cultura policial brasileira, apontando assim os desafios de sua atuação.

Segundo o superintende, por 300 anos o Brasil foi uma colônia e esse fato deixou uma herança cultural muito forte no território. “O embrião da nossa polícia está nas quadrilhas armadas dos donos de propriedades que por meio do uso da força controlava o território e as pessoas que lá viviam. Com a vinda da família real e a implantação da infantaria, da cavalaria e da Polícia Civil, a proposta de reprimir tudo que era considerado distúrbio social foi reproduzida”, explicou.

Assim, de acordo com ele, a polícia nasceu com as ordens de reprimir o negro e combater o pobre, ideais perpetuados na República e durante o Golpe Militar. “Com a conquista do Estado Democrático de Direito, os valores da diversidade e da democracia devem perpassar a cultura policial. Estamos no momento de transição, de mudança cultural, e isso não é fácil”, afirmou. Para isso, uma proposta defendida por ele, além de cursos de formação, é a criação de dispositivos legais coerentes com esses novos ideais, como o Código de Ética da Polícia Militar.

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Julio Alejandro Quezada trouxe abordagem histórica da cultura policial brasileira e alerta para necessidade de mudanças

 

Confira mais imagens neste link.

Quelle: Ascom UFG

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