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Quilombolas e indígenas são recepcionados na UFG

Em 10/03/17 10:27.

Novos estudantes de graduação do Programa UFGInclui participaram de evento de recepção

Texto: Luiz Felipe Fernandes

Fotos: Adriana Silva

Depois das duas filhas mais velhas, esse ano foi a vez de Vanete Karajá, 44, e de sua filha caçula, Cláudia Karajá, entrarem na universidade. A matriarca da família indígena de Mato Grosso sentiu-se incentivada pelo ingresso das filhas em um curso superior e decidiu se inscrever no Programa UFGInclui. Vanete vai começar o curso de Letras no mesmo ano em que Cláudia inicia o bacharelado em Biologia. As mais velhas já cursam História e Pedagogia na UFG.

Já Edimar Cardoso da Silva dará início ao curso de Zootecnia, mais um passo para a realização de seu sonho de trabalhar com animais. A família de Edimar pertence ao Quilombo do Extremo, na região da cidade de Iaciara, em Goiás. Ele conta que o bisavô, que tem 102 anos e que vive no quilombo, é um dos seus principais apoiadores.

Vanete, Cláudia e Edimar foram alguns dos participantes da cerimônia de recepção aos novos estudantes do UFGInclui, realizada nesta quinta-feira (9/3), no Centro de Eventos da UFG, no Câmpus Samambaia. O programa criado pela Universidade em 2008 destina uma vaga extra em cada curso em que houver demanda indígena e quilombola, bem como para candidatos surdos na graduação Letras Libras, quando oriundos de escola pública.

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Vanete Karajá e sua filha caçula, Cláudia Karajá, ingressaram na UFG nos cursos de Letras e Biologia, respectivamente

Deram as boas-vindas aos estudantes o reitor Orlando Amaral, o pró-reitor de Graduação Luiz Mello e o pró-reitor de Assuntos Comunitários Elson Ferreira. Os integrantes da gestão da Universidade reforçaram a importância do UFGInclui para democratizar o acesso ao ensino superior. "Esse é o resgate de uma dívida antiga que esse país tem com vocês. A Universidade fica maior e melhor com vocês aqui", destacou o reitor.

Luiz Mello falou sobre os desafios de cursar uma graduação e incentivou os estudantes a se dedicarem aos estudos. "Estudar é também dar uma resposta à sociedade e também às comunidades às quais vocês pertencem", ressaltou. Elson Ferreira explicou sobre os principais programas de assistência estudantil, como bolsas, serviço de saúde e odontologia e práticas esportivas.

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Reitor Orlando Amaral e pró-reitores recepcionaram e deram boas-vindas aos estudantes do UFGInclui

Troca de experiências
Na sequência, representantes dos estudantes e o coordenador de Inclusão e Permanência da UFG, Jean Baptista, falaram de suas experiências com o programa. "É com muita coragem que nós temos essa sala cheia", ressaltou Jean, referindo-se ao esforço de continuar com o UFGInclui mesmo diante de um cenário nacional de cortes de investimento. Laísa Silva, quilombola e estudante de Ecologia e Análise Ambiental, e Mayco Tsibidaria'Awe Tse, indígena e estudante de Engenharia Civil, convocaram os colegas a se unirem na luta por direitos e visibilidade.

Em 2017, o número de estudantes que ingressaram pelo Programa UFGInclui foi maior que nos dois anos anteriores. Este ano, na primeira chamada, se matricularam, em todas as regionais, 108 estudantes – 33 indígenas e 75 quilombolas – e outros estudantes ainda podem ser convocados na segunda chamada. Em 2016, a Universidade recebeu 94 indígenas e quilombolas, mais que o dobro de 2015, quando 35 alunos ingressaram na Universidade pelo programa.

UFG Inclui

Número de estudantes indígenas e quilombolas matriculados pelo UFGInclui em 2017 é o maior da história do programa

Fonte: Ascom/UFG

Categorias: UFG Inclui última hora