Psicologia Escolar

Que escola estamos oferecendo para nossas crianças?

En 16/02/17 12:02 .

Questionamento fez parte de conversa com professora da USP sobre avanços e desafios da psicologia escolar no país

Texto: Angélica Queiroz

Fotos: Adriana Silva

 

Os avanços e desafios da área de psicologia educacional foram o foco de uma conversa com a professora da Universidade de São Paulo (USP), Marilene Proença, na manhã desta quinta-feira (16/2) na Faculdade de Educação da UFG. A atividade marcou mais uma edição dos colóquios promovidos pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia da UFG, desta vez em parceria com a Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, da qual a convidada é uma das fundadoras.

 

Marilene Proença lembrou recentes acontecimentos da história brasileira, dos quais os estudantes assumiram protagonismo, embarcando em várias lutas. “Num momento de crise como esse, estamos vendo a nova geração resistindo e se manifestando, pensando o seu lugar político, com todas as suas contradições”, destacou. Para ela, a psicologia escolar tem um compromisso político com uma escola democrática e de qualidade para todos e todas e é preciso que as discussões na área sejam no sentido de construir práticas coerentes com esse compromisso e com os referenciais teóricos.

 

A professora afirmou que a psicologia escolar foi uma das primeiras áreas no Brasil a esboçar crítica à formação profissional e ao modelo de atuação psicológica em educação. Para ela, essa autocrítica foi fundamental em todo o processo de discussão da área e tem mudado as perguntas do cotidiano da psicologia escolar. “Ao invés de perguntarmos por que o aluno não está aprendendo, passamos a perguntar que escola é essa que estamos oferecendo ao aluno”, afirmou. “A psicologia vai precisar cada vez mais repensar sua prática para trabalhar no universo escolar e participar da construção de políticas públicas a partir de princípios éticos da profissão”, completou.

 

Psicologia Escolar

Professora é uma das fundadoras da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional

 

O Projeto de Lei 3688/2000, que propõe a inserção de psicólogos e assistentes sociais nas escolas públicas de educação básica, foi destacado por Marilene Proença, que apresentou dados de uma pesquisa coordenada por ela, que avaliou propostas e desafios para a atuação desses profissionais na rede pública de ensino e subsidiou audiências públicas sobre o projeto de lei. Segundo ela, entre outras coisas, a pesquisa evidenciou a necessidade de mais programas de formação na área de psicologia escolar pelo país.

 

A especialista também comemorou os avanços na área, como a ampliação da discussão e das pesquisas e publicações e ressaltou a necessidade de se pensar que tipo de psicólogo deve atuar na área de educação. “Já percorremos um caminho importante, mas é preciso resgatar nossos compromissos em momentos de crise como esse”, afirmou. Entre esses compromissos, Marilene Proença citou a inserção da Psicologia no Ensino Médio, a recomendação de práticas não medicalizantes na educação, a necessidade de se superar preconceitos em relação ao pobre e a pobreza no Brasil e a implementação de políticas públicas na área. “Precisamos ter clareza do que queremos, do que já construímos e de quais são os caminhos que vamos querer seguir no campo da educação e da psicologia”, concluiu.

 

Psicologia Escolar

Estudantes de graduação e pós-graduação, docentes, psicólogos e profissionais da UFG e outras instituições participaram da conversa

 

 

 

Fuente: Ascom UFG

Categorías: última hora Psicologia educacional