Como se faz um super-herói
Oficina de mangá recebe público admirador do traço oriental até quinta-feira (26/1), no Centro Cultural UFG
Texto: Patrícia da Veiga
Fotos: Ana Fortunato
O que uma criança de dez anos tem em comum com um adulto de 25? E que atividade pode aproximar uma pessoa recém-alfabetizada de outra que aguarda o resultado do SiSU? Como um estudante de Engenharia de Alimentos pode se identificar com um professor de História? Os quadrinhos vindos do Japão e suas formas animadas são a resposta. Reconhecidos em todo o mundo, o mangá e o animê atraíram gente de múltiplas idades e distintos projetos de vida ao Centro Cultural UFG nesta terça-feira (24/1), quando teve início uma oficina sobre o tema.

Garoto desenha um personagem de uma cabeça, comum nos quadrinhos japoneses
A atividade foi idealizada pelos estudantes da Faculdade de Artes Visuais (FAV) Lucas Miranda, de 21 anos, e Adorando Neto, de 25, ambos fãs de quadrinhos. O objetivo deles foi partilhar conhecimentos específicos sobre o modo de desenhar nipônico. Compondo o calendário do Núcleo de Intercâmbio e Ações Educativas do Centro Cultural UFG, a oficina segue até quinta-feira (26/1), das 14h às 17h.
No primeiro dia de trabalho, foi feito uma apresentação do tema e iniciado o processo de criação de personagens. Para aprender o traço oriental, os participantes receberam pranchetas, papel e lápis. A partir disso, passaram a sonhar com seus próprios super-heróis. “Uma das coisas que diferencia o mangá é o desenho dos olhos, sempre muito marcado”, disse Lucas. “Outra característica importante é que o mangá é sempre impresso em preto e branco e deve ser lido da direita para a esquerda, em sentido anti-horário”, complementou Adorando.

Lucas Miranda, estudante da Faculdade de Artes Visuais (FAV), é um dos proponentes da oficina
Cerca de 15 pessoas estiveram presentes. Uma delas é Marina Oliveira Ferreira, de 18 anos, que soube da oficina por meio de sua mãe, que trabalha no Hospital das Clínicas. De férias, Marina acaba de sair do Ensino Médio e quer estudar Direito. Enquanto aguarda os resultados dos processos seletivos que prestou, decidiu aprimorar o que considera uma habilidade. “Penso que a oficina será uma experiência interessante, pois sempre gostei de desenhar”. Marina não tem costume de ler as histórias em quadrinhos japonesas, mas quando criança assistia com frequência aos animês da TV. “Lembro de Dragon Ball Z e Naruto”, exemplifica.

A história em quadrinhos japonesa deve ser lida da direita para a esquerda, em sentido anti-horário

Pessoas de várias idades se interessaram pela atividade, realizada no Centro Cultural UFG
Otakus
Lucas e Adorando também se envolveram com o universo do entretenimento japonês na infância, assistindo aos desenhos animados. Logo eles resolveram conhecer a forma original, impressa, e hoje podem ser considerados otakus. A palavra quer dizer casa, mas também serve para definir uma “pessoa fechada em um casulo” de tanto dedicar-se a um hobby. Os dois estudantes não se isolaram do mundo, mas levaram a sério a paixão pelo mangá. Em 2017, eles cursarão os dois últimos períodos de Licenciatura em Artes e pretendem aprofundar o tema em seus Trabalhos de Conclusão de Curso.
Quelle: Ascom UFG
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