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Seminário de avaliação discute avanços e desafios para o UFGInclui

En 09/12/16 14:02 .

Durante encontro, reitor anunciou que duas novas casas devem atender às necessidades de moradia dos estudantes do programa

Texto: Angélica Queiroz

Fotos: Adriana Silva e Carlos Siqueira

Em 2017, duas novas casas devem oferecer mais de 30 vagas para estudantes do Programa UFGInclui. O anúncio foi feito pelo reitor da UFG, Orlando Amaral, durante o IV Seminário de Avaliação do UFGInclui que reuniu nesta sexta-feira (9/12), no Salão Nobre da Faculdade de Direito da UFG, professores, pesquisadores, estudantes, membros comunitários e demais interessados no acesso e permanência de indígenas, quilombolas e surdos na UFG. A questão de moradia havia sido uma das principais demandas levantadas no seminário de avaliação anterior, em dezembro do ano passado, e o funcionamento das moradias foi pauta de discussão durante todo o evento. 

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Jean Baptista falou dos avanços e desafios do programa

Orlando Amaral lembrou que a UFG criou o programa em 2008, antes da Lei de Cotas do Governo Federal, e afirmou que o UFGInclui é motivo de orgulho para a Universidade. "Hoje temos uma Universidade muito maior, muito melhor e mais inclusiva, que tem a cara de todos e representa a diversidade do Brasil", ressaltou. O reitor da Universidade lembrou sua preocupação com a possível aprovação da PEC 55, que limita os gastos públicos, e afirmou que o cenário exige mobilização e resistência. "Que vocês se formem o possam mudar o perfil da ocupação de poder nesse país", desejou.  Orlando Amaral anunciou ainda que já está sendo pensado um projeto de bolsas para 2017 para oferecer apoio e suporte financeiro aos estudantes do UFGInclui até que esses consigam a liberação da bolsa de permanência do Ministério da Educação, para assegurar a manutenção desses estudantes na Universidade.

Pró-reitor de Assuntos da Comunidade Universitária, Elson Morais, destacou a importância do seminário, realizado anualmente para avaliar o UFGInclui e lembrou que a inclusão e a expansão nas universidades incomodou e ainda incomoda a muita gente e que, por isso, precisamos entender o que está acontecendo no país e ser criativos e inteligentes para pensar em saídas para os desafios. "Esse momento é importante para que a gente pense em como atender às necessidades desses estudantes que nós chamamos para dentro da Universidade", afirmou. 

Nova fase

Para o coordenador do Programa UFGInclui, Jean Baptista, os avanços anunciados pelo reitor sinalizam uma nova fase do programa, com as demandas dos estudantes norteando tomadas de decisões na Universidade. Ele relembrou a trajetória dos seminários de avaliação, tratados na qualidade de história do UFGInclui, e destacou a importância da criação do Espaço de Convivência, onde funciona a Coordenação de Inclusão e Permanência, Coordenação do UFGInclui e do Programa PEC-G. "O acolhimento é um fator crucial no combate à evasão, é onde esses estudantes se informam sobre seus direitos e experimentam a sensação de comunidade", afirmou.

Jean Baptista falou também dos programas de acompanhamento, das rodas de conversa, dos núcleos livres, das tutorias e monitorias e da realização de eventos, viagens e campanhas, entre outras ações, visando garantir a inclusão e permanência desses alunos na UFG. Também foram apresentados dados que mostram o crescimento do programa que hoje é responsável pela presença de 111 estudantes quilombolas e 61 indígenas na Universidade.

Em seguida, a equipe multidisciplinar composta por estudantes, técnicos e professores que trabalham na Coordenação do UFGInclui por meio do Programa de Ações Afirmativas e Acompanhamento Acadêmico da UFG, falaram sobre as demandas e desafios das atividades. O Pró-reitor de Graduação da UFG, Luiz Mello, que participou da conversa, afirmou que a experiência que a UFG vem construindo com o UFGInclui é motivo de muita alegria e esperança para a construção de uma pluriuniversidade. Luiz Mello destacou conquistas dos estudantes como a primeira estudante quilombola a ser aprovada no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Vercilene Dias. Para o pró-reitor, conquistas como essa sinalizam possibilidades muito interessantes para muita gente. "Representatividade é fundamental", destacou.

No período da tarde, o debate se concentrou na reflexão e indicação de normas e encaminhamentos a serem adotados nas casas indígenas e quilombolas da UFG. O coletivo União dos Estudantes Indígenas e Quilombolas (UNEIQ) levantou um conjunto de propostas a partir de um amplo debate gerado entre grupos de trabalho. Também integraram a atividade acadêmicos e profissionais da Regional Jataí, onde se apontou a necessidade de avanços naquela instituição no que diz respeito à permanência dos acadêmicos do UFGInclui.

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O Programa UFGInclui gera uma vaga extra em cada curso onde houver demanda indígena e quilombola, bem como para candidatos surdos na graduação Letras Libras, quando oriundos de escola pública. A seleção se dá a partir da pontuação obtida pelo Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM). Assim como estudantes indígenas e quilombolas que ingressem por outras modalidades, o acadêmico do UFGInclui desfruta de uma bolsa permanência do Ministério da Educação de 900 reais, bem como de acompanhamento acadêmico por parte da UFG.

Para saber mais detalhes leia a resolução que cria o Programa UFGInclui na Universidade Federal de Goiás. Clique aqui para baixar a resolução em PDF.

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Estudantes indígenas e quilombolas participaram do evento

Fuente: Ascom UFG

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