
Seminário discute Comunicação Pública e Cidadania
Evento promovido pela UFG teve participação do pesquisador Jorge Duarte, que contou a experiência da Política de Comunicação da Embrapa
Texto: Camila Godoy
Fotos: Adriana Silva
No último ano, a comunidade acadêmica da UFG tem ouvido falar sobre a construção de sua Política de Comunicação. Mas, afinal, para que ela serve e como será sua prática? Com o objetivo de responder essas questões, problematizar o assunto e debater as nuances da área, nesta semana a Universidade está promovendo o II Seminário de Comunicação Pública e Cidadania. A abertura do evento ocorreu na manhã desta quarta-feira (23/11), no auditório da Faculdade de Informação e Comunicação, com um grande nome da área, o pesquisador Jorge Duarte.
Para abrir o encontro, a coordenadora de Relações Públicas da Assessoria de Comunicação da UFG, Daiana Stasiak, apresentou o trabalho desenvolvido na Universidade. Segundo ela, a equipe à frente desse projeto tem dialogado com diferentes órgãos e unidades acadêmicas: "Acabamos de realizar onze encontros temáticos para discutir diferentes aspectos da comunicação da UFG, todos importantes para a construção da Política que norteará as atividades da área. Agora, retomamos o debate neste evento. Nossa proposta é produzir um material de forma coletiva".
Assim, com o intuito de trazer as experiências de quem já participou da construção de uma Política de Comunicação, a coordenadora apresentou o primeiro palestrante do evento, o pesquisador Jorge Duarte, responsável pelo setor de Comunicação em Ciência e Tecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Na ocasião, ele compartilhou os principais desafios superados e as conquistas da equipe de comunicação da Empresa, que foi a primeira do Brasil a ter um política nesse sentido.
O pesquisador Jorge Duarte compartilhou as experiências que marcaram a construção da Política de Comunicação da Embrapa
Segundo ele, até o início da década de 1990, a Embrapa não considerava a comunicação como um setor estratégico. Formada por 37 centros de pesquisas, todos autônomos, de acordo com Jorge Duarte, a empresa não se preocupava em divulgar suas pesquisas, tinha uma comunicação interna deficiente e profissionais da área despreparados. "A história começou a mudar quando surgiram boatos de que o governo poderia extinguir a Embrapa. Foi então que, em 1995, a gestão começou a rever sua forma de relacionamento com a sociedade e optou por fazer sua Política de Comunicação", explicou.
De lá para cá, o envolvimento da diretoria e o comprometimento dos profissionais da área foram fundamentais para o sucesso do projeto. O palestrante explicou que a política é um documento elaborado a partir de um diagnóstico organizacional e do debate interno, contemplando princípios, valores, diretrizes, procedimentos e ações estratégicas de comunicação que seguem o planejamento da própria organização. "Ela não diz o que fazer, não entra no operacional, apenas orienta. Precisamos entender que todo empregado faz comunicação. Os profissionais da área só coordenam tudo isso", defendeu.
Para colocar em prática o que elaboraram, Jorge Duarte explicou que todas as unidades da Embrapa passaram a ter profissionais de Comunicação, as ações do setor integraram indicadores de desempenho e a equipe também desenvolveu manuais operacionais e um programa de identidade visual, entre outros.
Tendo passado alguns anos, o palestrante acredita que a Embrapa alcançou seus objetivos: "É um trabalho contínuo, mas há a conscientização de dirigentes e empregados sobre a importância da comunicação, nossa imagem foi fortalecida, temos mais presença na imprensa e mais interação com os públicos. O trabalho é longo, porém hoje já somos uma referência internacional".
Evento foi realizado no auditório da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC), com professores, servidores e estudantes da UFG
Fonte: Ascom UFG
Categorias: Última hora Comunicação