UFG sedia evento sobre uso de drones na agricultura

Texto: Camila Godoy

Fotos: Carlos Siqueira

O uso de tecnologia computacional está cada vez presente na sociedade, chegando inclusive à agricultura. Para demonstrar alguns avanços nesta área, na manhã desta sexta-feira (14/10), a Escola de Agronomia da UFG (EA) sediou o 2º Encontro para Inovação Rural, evento realizado em parceria com a Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), no qual foi um apresentado um projeto que utiliza drones para descobrir doenças em tomateiros. Estudantes, pesquisadores  e profissionais da área participaram da programação, que contou com palestras e exposição prática sobre a utilização dos veículos aéreos não tripulados (Vant’s).

Quem apresentou o projeto foi o pesquisador da Emater, Lino Carlos Borges. Com formação em Agronomia, durante a pós-graduação, o palestrante expandiu seus estudos para a área da computação, enxergando assim novas possibilidades de trabalho de caráter interdisciplinar. Foi então que ele procurou a UFG, que já desenvolvia pesquisas sobre tomate industrial, importante hortaliça para Goiás, e que poderia aplicar sua ideia de utilizar a tecnologia computacional para monitorar lavouras.

Projeto multidisciplinar quer aproveitar os avanços computacionais na agricultura

“Os produtores rurais sofrem muito com o 'achismo'. Acredito que o uso da tecnologia pode ajudá-los a desenvolver a agricultura da precisão, reduzindo custos e racionalizando insumos. Uma excelente opção para isso é o uso de drones no monitoramento das lavouras. Esse equipamento traz imagens precisas das plantações sem a necessidade da presença física das pessoas”, afirmou o pesquisador. Segundo ele, ao caminhar pela lavoura, o homem pode auxiliar a proliferação de pragas. Para Lino Carlos Borges, o monitoramento remoto é mais preciso e evita contaminação. "Temos Vant´s de todos os preços. Nessa pesquisa utilizamos um drone de 13 mil reais. Um investimento que pode evitar muitos danos ao produtor, que se preferir, pode optar pela contratação do serviço. Ou seja, o uso desse equipamento já é algo viável", defendeu.  

Para demonstrar como esse método pode ser aplicado, a plateia foi convidada a conhecer o local do experimento, uma plantação de 1.680 m² na EA. Coordenado pela professora da UFG, Abadia dos Reis, o projeto consiste na plantação de quase cinco mil mudas de tomate industrial, na inoculação de bactérias e no monitoramento do desenvolvimento de doenças via drones. O estudante Igor Galvão detalhou o trabalho: “Nós dividimos a plantação em 12 canteiros, preparamos o solo, plantamos e fizemos a inoculação da doença. Em cada um desses canteiros há um nível de severidade do ataque, alguns estão muito contaminados, outros nem tanto. Nosso objetivo era saber se as imagens geradas pelos drones semanalmente captavam todos os níveis de contaminação”, explicou.

Equipe da UFG explicou andamento do projeto

Abadia dos Reis está satisfeita com o resultado e é uma entusiasta da proposta: “Acreditamos nessa tecnologia e estamos apostando que poderemos contribuir com a cadeia produtiva do tomate e, futuramente, de outras espécies”. Com o ciclo da plantação se encerrando e a colheita dos tomates já acontecendo, as imagens obtidas pelo drone e processadas pelo Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da UFG (Lapig) serão analisadas. O equipamento de pequeno porte também foi apresentado aos convidados que puderam presenciar a demonstração de um voo. Além da Emater e da UFG, o estudo também tem parcerias com a Universidade de Brasília e com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Participantes presenciaram voo de drone utilizado na pesquisa