Envelhecimento e longevidade são temas de seminário

Texto: Lorena de Sousa

Fotos: Adriana Silva

De olho na mudança demográfica que vem acontecendo no Brasil e sua repercussão na sociedade, a Faculdade de Ciências Sociais (FSC) da Universidade Federal de Goiás (UFG) realiza 2º Seminário sobre Envelhecimento Social. Ministrada pela professora Anne-Marie Guillermard, da Université Paris-Descartes, a conferência de abertura ocorreu nesta terça-feira (4/10) e abordou o tema Envelhecimento e Longevidade: o Brasil diante de uma rápida transição demográfica. Quais desafios? Quais políticas?

Nome importante nas discussões a respeito do envelhecimento, Guillermard apresentou dados que caracterizam a situação do país: em uma escala inédita de pouco mais de 20 anos, o Brasil está passando de uma população jovem para uma população idosa. Em comparação com a França, a mudança tem ocorrido em um ritmo elevado, já que o país europeu levou mais de um século para que sua população idosa passasse de 7% a 14%.

Políticas públicas

Anne-Marie Guillermard acredita que o aumento da população idosa no Brasil deve ser encarada um momento para se desenvolver um envelhecimento ativo e com saúde, seguindo a proposta adotada pela Europa. “É a primeira vez que a longevidade se torna objeto de políticas públicas, e é preciso otimizar as vantagens do envelhecimento”, destacou.

Entre os fenômenos que levaram à necessidade de se repensar a organização social brasileira, a palestrante destacou a baixa no índice de mortalidade - tanto infantil quanto em idades mais elevadas -, o aumento na expectativa de vida para mais de 65 anos e a diminuição da taxa de fecundidade de 6 filhos em 1960 para 1,9 em 2010. A projeção para o país é que, em 2030, o número de pessoas acima dos 60 anos ultrapasse o de pessoas abaixo dos 15. Por isso, Anne-Marie Guillermard defende que as políticas públicas relacionadas à idade sejam pensadas conjunta e dinamicamente, gerando respostas coletivas para a sociedade. Uma resposta efetiva, segundo ela, é prolongar a vida ativa dos cidadãos, desenvolvendo uma velhice ativa, equilibrando as contas da aposentadoria e as despesas sociais.

A professora defende ainda que o envelhecimento da população é uma oportunidade a ser agarrada para se construir uma sociedade para todas as idades. “É preciso não mais adotar somente uma visão deficitária do envelhecimento. Envelhecimento e longevidade são trunfos para uma sociedade que precisa saber se otimizar”, garantiu.

Na ocasião, compuseram a mesa diretiva o Pró-Reitor de Graduação, Luiz Mello, o Diretor da FCS, Dijaci David de Oliveira, o Coordenador do Programa de Pós-graduação em Sociologia, Cleito Pereira, o Coordenador-geral do evento, Revalino Antônio de Freitas e o o Coordenador do Núcleo de Estudos sobre o Trabalho (NEST), Jordão Nunes.