Setembro Azul celebra conquistas da comunidade surda
Festival lembrou criação de cursos de Letras Libras na UFG e recebeu presidente da Associação de Surdos de Goiânia para falar sobre os avanços da comunidade local
Texto: Angélica Queiroz
Fotos: Ana Fortunato
A UFG sediou nesta sexta-feira (30/9) um festival de contos, teatro, poemas e até piadas. Mas não foi um festival comum. As atividades foram todas apresentadas em Língua Brasileira de Sinais (Libras). O Festival Setembro Azul, realizado na Faculdade de Letras da UFG, celebrou o mês em que é comemorado o Dia do Surdo e promoveu intercâmbio cultural entre estudantes, professores e técnicos-administrativos dos cursos Letras Libras e Letras Tradução e Interpretação em Libras/Português e a comunidade surda de Goiânia e região metropolitana.
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Diretor da Faculdade de Letras da UFG, Francisco José Quaresma aproveitou a oportunidade para compartilhar e comemorar a aprovação, na última reunião do Conselho Universitário da UFG (Consuni), da criação do curso de especialização em Libras. O diretor lembrou todas as conquistas desde a criação dos cursos de Libras na UFG e falou dos projetos para a melhoria do ensino, como a criação de um laboratório de Letras Libras e de uma sala de videoconferência. "Que esse seja um espaço para continuarmos aprendendo muito uns com os outros", desejou.
Representando o reitor da UFG, Orlando Amaral, o pró-reitor de Graduação, Luiz Mello, se desculpou por não falar Libras, ressaltando o papel fundamental dos intérpretes. Luiz Mello lembrou que a Universidade precisa ser muito mais que a sala de aula e que eventos como esse são uma oportunidade diferente de aprendizado. O pró-reitor lembrou a Lei de Cotas e várias conquistas de grupos que tradicionalmente eram excluídos do ensino superior e que agora podem ter acesso à Universidade, como a comunidade surda. "Esse tipo de iniciativa mostra que pessoas diferentes precisam ser tratadas de forma diferente para que haja justiça. As pessoas são diferentes", ressaltou.
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O presidente da Associação de Surdos de Goiânia (ASG), Francisco Oliveira, falou sobre a história da ASG, entidade beneficente fundada em 1975. Francisco lembrou várias das conquistas da comunidade surda local desde a criação da associação que, segundo ele, vem para unir os surdos na prática de educação, esporte, cultura e ingresso no mercado de trabalho. Em seguida, alunos e professores da Faculdade de Letras protagonizaram várias apresentações culturais no festival.
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Fonte: Ascom UFG
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