Indígenas

Equipe da Reitoria se reúne com estudantes indígenas

In 03/08/16 18:25 .

Estudantes apresentaram dificuldades em relação à moradia durante etapa presencial do curso em Educação Intercultural

 

Texto: Denise Ribeiro

Fotos: Adriana Silva

O reitor em exercício da UFG, Manoel Chaves, participou nesta quarta-feira (3/8) de uma reunião com estudantes do curso de Educação Intercultural, no Núcleo de Formação Superior Indígena Takinahaky. O objetivo do encontro foi dar continuidade ao diálogo já estabelecido anteriormente sobre moradia estudantil. "Viemos discutir as possibilidades de ampliar o apoio, no que pudermos contribuir, sobretudo referente à estadia", afirmou Manoel Chaves, acompanhado do pró-reitores de Assuntos da Comunidade Universitária, Elson Morais; de Administração, Carlito Lariucci; do diretor do Centro de Gestão do Espaço Físico (Cegef), Marco Antônio Oliveira; e do assessor da Reitoria, Tasso Leite.

Os estudantes indígenas expuseram algumas dificuldades, como a locação de quartos para estadia em Goiânia durante os estudos presenciais que acontecem duas vezes por ano com duração de um mês. De acordo com o estudante Cleiton Barbosa Fraga, os indígenas chegam a pagar até R$ 600 para dividir o quarto com outras cinco pessoas em residências próximas ao Câmpus Samambaia. Manoel Chaves explicou que uma portaria em vigência do Governo Federal impede que órgãos públicos façam locação e aquisição de imóveis e se comprometeu a pensar em uma alternativa para atender os estudantes que retornarão em janeiro de 2017 para nota etapa presencial do curso.

O reitor em exercício destacou que a UFG tem trabalhado por uma solução definitiva para o problema de alojamento dos estudantes indígenas, tanto que foi enviado ao Ministério da Educação (MEC) um projeto para construção da Casa do Estudante Indígena. "O projeto já é de conhecimento do MEC, mas com as alterações recentes no ministério não sabemos se darão o encaminhamento", informou Manoel Chaves, completando que a gestão continua agindo junto a órgãos nacionais e estaduais para atender a demanda.

O estudante Hukai Waura solicitou que representantes do povos indígenas possam acompanhar todo o processo junto ao MEC para que tenham condições de repassar as informações aos colegas, que normalmente não têm acesso a telefone e e-mail durante as fases do curso de ensino a distância, pesquisa e seminário de pesquisa, estágio supervisionado e prática, que acontecem em terras indígenas. Já Mawysi Karajá defendeu que sejam feitas parcerias institucionais e que os estudantes sejam convidados a participar das discussões de planejamento que definirão o orçamento para o curso nos próximos anos.

O representante da coordenação do curso, André Nascimento, lembrou que existe um projeto de convênio em andamento com o Governo do Estado de Goiás, onde o Executivo Estadual  dará apoio logístico e de moradia aos indígenas goianos. O estudante Adão Wderehu Xerente sugeriu aos colegas que façam contato com os governantes de seus estados para que possam conseguir convênios similares. "A gente está estudando para abrir nossa mentalidade e buscar meios para facilitar a educação e, por isso, devemos solicitar apoio dos nossos estados", declarou Adão. "Queremos deixar um legado para os próximos estudantes indígenas", acrescentou o estudante Leriwá Maluá Fogaça Karajá.

Durante o encontro, foi definido que será agendada uma reunião com representes da Fundação Nacional do Índio (Funai), dos governos dos quatro estados onde estão localizados os 17 povos indígenas participantes do curso de Educação Intercultural - Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Maranhão - e representantes dos estudantes. O encaminhamento foi visto como avanço pela estudante Kaianaku Kamaiura. "Com a Reitoria participando mais junto com a gente, melhorará muito o diálogo, principalmente para esclarecer várias situações", destacou. O representante da coordenação, professor Alex Nascimento, também destacou a importância do diálogo. "Esperamos que renda bons frutos".

Indígenas
Estudantes indígenas apresentaram à equipe da reitoria as dificuldades enfrentadas em relação à moradia durante a etapa presencial em Goiânia

Graduação
O curso de Educação Intercultural da UFG tem como objetivo formar professores indígenas e habilitá-los a lecionarem nas escolas do ensino básico, visando atender à demanda de formação superior dos professores das comunidades indígenas.

Fonte: Ascom UFG

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