Simpósio debate novas exigências para residência médica
Secretário Executivo da Comissão Nacional de Residência Médica falou sobre os desafios para atendimento da legislação
Texto: Angélica Queiroz
Fotos: Carlos Siqueira
Na manhã desta quarta-feira (3/8), professores da Faculdade de Medicina da UFG e do Hospital das Clínicas e representantes das secretarias estadual, municipal e Ministério da Saúde se reuniram para discutir as residências médicas. O atendimento ao previsto na Lei do Programa Mais Médicos sobre residências médicas ainda gera muitas dúvidas e, na oportunidade, o Secretário Executivo da Comissão Nacional de Residência Médica e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), Francisco Arsego de Oliveira, conversou com profissionais da área de saúde sobre os desafios das mudanças.
Na ocasião, a diretora da Faculdade de Medicina da UFG, Fátima Lindoso, lembrou que esse é um momento de extrema importância porque estamos diante de um novo momento da formação em residência médica. “As dificuldades são inúmeras e o tempo é curto – até 2018, prazo definido pela lei para implementação das mudanças”, lembrou. No Simpósio Residência Médica – Programa Mais Médicos e Medicina Geral da Família e Comunidade, Francisco Arsego contextualizou o cenário brasileiro na formação médica e explicou que, por se tratar de algo complexo – indissociável do momento político e econômico –, as soluções também não são simples ou fáceis.
Segundo o convidado da UFRS é preciso resolver o problema de atenção à saúde no país e o atual modelo de formação de médicos está dissociado do que é realmente necessário. Por isso, segundo ele, as mudanças são importantes. O profissional apontou alguns pontos que ele chamou de certezas sobre a formação em medicina geral da família e comunidade. Entre eles estão a necessidade de definição de um modelo assistencial adequado e pensar o sistema em rede, sem desconsiderar as especialidades. “A gente tem que ter convicção de que a atenção primária à saúde é a base do nosso sistema, mas precisamos também entender os interesses por trás disso”, afirmou.
Francisco Arsego fez apresentação em que falou sobre o que acredita ser certezas para o que está por vir
Francisco Arsego ressaltou que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem papel constitucional de ordenador de recursos humanos na área de saúde e que não há SUS sem atenção primária e nem atenção primária sem o médico da família e comunidades. “Temos que formar em quantidade e qualidade para atender a essa necessidade. Formação e criação de um modelo assistencial devem caminhar juntas”, explicou.
Formação médica com compromisso social, necessidade de capacitação, necessidade de recursos financeiros para implementar mudanças, criação de mecanismos de avaliação permanente e o papel fundamental das universidades nesse processo foram outros dos pontos levantados pelo professor da UFRS. Ele ressaltou ainda que a graduação deve ser integrada à residência médica. O profissional terminou a apresentação afirmando que as novidades tornam o trabalho cada vez mais difícil, mas são fundamentais para conseguir melhorar o nosso sistema de saúde. “Acho que já avançamos muito, mas ainda temos muito a avançar”, concluiu.
Source: Ascom UFG
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