Aparecida estuda usar sistema de saúde britânico como modelo
Em videoconferência, equipe que participa do projeto conheceu mais sobre a experiência dos ingleses
Representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia, da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás, da Universidade Federal de Goiás, do Ministério da Saúde e representantes da gestão estadual do sistema prisional de Aparecida de Goiânia participaram, na última quarta-feira (22/6), de teleconferência com Eamonn O'Moore representante da União Europeia na Organização Mundial de Saúde (OMS) para assuntos referentes a população privada de liberdade e minorias. No mês de março, o professor do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da UFG (IPTSP) e coordenador da Rede Ambulatorial da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida, Carlos Magno Neves, esteve em Londres, para conhecer de perto o funcionamento do sistema de saúde britânico, o National Health System (NHS), que pretender utilizar como modelo para a população carcerária de Aparecida de Goiânia.
Segundo o professor, a principal pauta da teleconferência foi o modelo de atenção em saúde no sistema prisional utilizado na Inglaterra, buscando compreender as estratégias que eles utilizam para estes serviços, visto que eles têm um sistema de saúde público e universal semelhante ao brasileiro. Durante a conversa, O'Moore fez um resumo da trajetória de construção do modelo de atenção à saúde no sistema prisional inglês. O mesmo foi feito pelo grupo reunido com falas dos representantes da secretarias estadual e municipal de Aparecida de Goiânia.
Em suas falas o Dr. O'Moore deixou claro que os dados que apresentava eram da União Europeia, mas que acreditava possuir semelhanças com o Brasil e com a realidade de Goiás, destacando a importância de ações de longo prazo, falou de fatores socioeconômicos que influenciam a criminalidade e taxa de reincidência além do quadro epidemiológico encontrado no Reino Unido e outros países da Europa. O especialista britânico destacou ainda a importância de aproximar a universidade da gestão pública e de utilizar a academia como suporte da gestão e administração pública. Segundo ele, várias universidades britânicas fizeram parte da construção de soluções aplicadas na saúde do sistema prisional inglês, dando ênfase a um sistema continuo de avaliação e monitoramento de todo o processo de prestação de serviços de saúde no sistema prisional hoje em atividade no Reino Unido.
“O'Moore afirmou que existe na OMS abertura para países interessados em trabalhar conjuntamente este tema e que estaria disposto a formar parcerias. Finalizamos com a sinalização de que iriamos retornar contato para futuras trocas de informação”, detalha Carlos Magno. A representante da Secretaria de Saúde de Goiás, Edna Covem, e o representante da Secretaria de Segurança Pública, Diogo Melo, parabenizaram a iniciativa da UFG em intermediar a videoconferência e sinalizaram abertura para a construção de projetos conjuntos com a UFG, para atender as demandas do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia e de Goiás.

Participaram da reunião representantes da Secretaria Estadual de Saúde, Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia e IPTSP/UFG
National Health System
O National Health System inspirou a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), modelo brasileiro. Ambos são gratuitos e visam o atendimento universal da população. Na Inglaterra, o NHS é referência mundial pela excelência dos serviços prestados. Carlos Magno conta que a viagem a Londres foi com o intuito de se aprender com um sistema de saúde semelhante. Aparecida deve ser a primeira cidade de Goiás a usar o sistema de saúde inglês como modelo. A iniciativa deve servir também de referência para o governo estadual.
Categorias: Última Hora
