Estudantes conversam sobre bullying
Roda de conversa com alunos do Centro de Ensino e Pesquisa aplicada à Educação (Cepae) foi coordenada por psicóloga
Texto: Camila Godoy
Fotos: Ana Furtado
Com diversos temas em debate, o Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (Cepae) realiza a Semana da Conscientização e Promoção da Cidadania, a partir de hoje (06/06). Para abrir o evento, a psicóloga do Ministério Público de Goiás, Mônica Barcellos Café, coordenou uma roda de conversa sobre bullying com alunos do sexto ano. O encontro resultou em reflexão, desabafos e ações de solidariedade.
Mônica Barcellos Café iniciou a conversa diferenciando os conceitos de brincadeiras de mau gosto com bullying. A psicóloga explicou que a repetição dessas brincadeiras, muitas vezes acompanhada de ameaças, configura o chamado bullying. Ela instigou os estudantes a refletirem sobre as responsabilidades dos praticantes de bullying e das pessoas que presenciam essas ações. “Muitas vezes as pessoas não têm consciência do sofrimento do próximo. É necessário que quem está de fora perceba e impeça o bullying. Presenciar e se omitir é também se responsabilizar pelo ocorrido”, disse.

A psicóloga Mônica Barcellos Café instigou a reflexão entre os estudantes
Segundo a psicóloga, geralmente a vítima não expõe as agressões com medo de críticas. Ainda assim, durante a roda de conversa os alunos relataram situações de bullying vividas por eles e opinaram sobre a situação. Um estudante falou: “Às vezes guardamos o ocorrido por vergonha ou medo de contar para alguém e a piadas piorarem”. Outro refletiu: “Muitos se fazem de vítimas, mas riem dos outros quando a 'tirada' não é com eles ou cometem bullying diretamente. Precisamos fazer uma auto-análise e sermos coerentes. Só assim conseguiremos ser a mudança que queremos”.
Quando uma das estudantes se emocionou ao relatar uma violência sofrida por ela, Mônica Barcellos Café questionou os estudantes sobre como eles poderiam se solidarizar com a colega. Logo em seguida, alguns alunos se propuseram a abraçar a estudante. A psicóloga aproveitou a situação para questionar o grupo sobre como solucionar o problema. “Toda violência é imperdoável, perdoamos apenas quem a cometeu, visto que acreditamos que essa pessoa mudará suas atitudes. No entanto, é necessário haver reconhecimento e arrependimento”, afirmou.
Os estudantes apresentaram algumas propostas para resolverem os problemas do bullying na escola. A ideia de criar uma caixinha de reclamações na turma, para que os estudantes escrevam em anonimato as situações que os incomodam e para que esses textos sejam lidos e debatidos semanalmente por todos os alunos, foi a proposta que mais se destacou. Mônica Barcellos Café aprovou a iniciativa e afirmou: “A saída para esse problema é o diálogo. Somos todos diferentes e precisamos aprender a lidar com isso”.

Estudantes apresentaram propostas para a escola
Fonte: Ascom UFG
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