Palestras, oficinas e alegria na Semana da África 2016

Texto: Luiz Felipe Fernandes

Fotos: Adriana Silva

Foi realizada nesta segunda-feira (30/5), no auditório da Biblioteca Central da Universidade Federal de Goiás (UFG), a abertura da Semana da África 2016. É a oitava edição do evento, promovido por estudantes africanos que vivem em Goiás com apoio do Laboratório de Estudos de Gênero, Étnico-Raciais e Espacialidades do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais (LaGENTE/Iesa).

A cerimônia foi aberta com o hino Pan-Africano, interpretado pelo grupo Vozes da África. O presidente da Comissão Organizadora, Serge Agnonsou, explicou que o evento tem como objetivo desfazer estereótipos disseminados principalmente pela mídia e mostrar que o continente vai muito além de praias, savanas e animais selvagens. “É uma semana de festa e reflexão, mas também de muita luta para contribuir com o resgate do orgulho de ser africano”, pontuou.

Grupo Vozes da África abriu a cerimônia cantando o hino Pan-Africano. "É uma semana de festa e reflexão", destacou organizador

Coordenador de Inclusão e Permanência da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd/UFG), Jean Baptista destacou os avanços proporcionados pelo Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), que possui, em sua maioria, estudantes africanos. Segundo o coordenador, 85% dos participantes do programa possuem média acima da média global de seus cursos.

O pró-reitor adjunto de Assuntos da Comunidade Universitária, Joaquim Leite, falou do esforço e da dedicação dos estudantes que deixam seus países para estudar no Brasil. Para o professor Alex Ratts, coordenador do LaGENTE, a Semana da África é também um momento de encontro das várias áreas de conhecimento, com destaque para a diversidade da programação.

Protagonismo feminino
Em um gesto simbólico, o pró-reitor de Graduação, Luiz Mello, levou mulheres presentes à cerimônia a ocuparem a mesa diretiva, composta inicialmente apenas por homens. Elas tiveram a oportunidade de se apresentar e falar de suas experiências no Brasil e na UFG e dos desafios de viver longe de casa. “A UFG faz muito mais sentido com vocês aqui e tem tentado se tornar merecedora da presença de vocês”, concluiu o pró-reitor.

Pró-reitor de Graduação da UFG, Luiz Mello pediu que os homens que compunham a mesa diretiva dessem lugar às mulheres

À abertura seguiu-se a mesa temática com o professor Bas’llele Malomalo, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), com o tema “A problemática do desenvolvimento e a agenda 2063 da União Africana”. Malomalo fez um panorama dos estudos sobre o conceito de desenvolvimento, divididos basicamente em dois paradigmas: o dominante, de viés liberal; e o alternativo, de caráter emancipatório. Ele também abordou a Teoria do Ubuntu, que busca a harmonia entre o sagrado, a natureza e o ser humano.

Programação
A Semana da África 2016 segue até o próximo sábado, 4 de junho. Estão previstas palestras, rodas de conversa, oficina de dança, oficina de trança e uma festa africana com comidas típicas. A programação completa pode ser conferida no site do evento.