Ex-aluno da Faculdade de Artes Visuais participa da Bienal de SP

Texto: Divino Sobral

A 32ª Bienal Internacional de São Paulo, uma das mais importantes exposições de artes visuais do mundo, terá a presença de um artista formado pela UFG. Dalton Paula, 34 anos, bacharel em Artes Visuais pela UFG, nascido em Brasília e residente em Goiânia desde criança é um dos artistas convidados pela curadora adjunta Julia Rebouças a compor a exposição, que nesta edição trabalhará com o conceito poético de Incerteza Viva. A mostra instalada no Pavilhão Ciccillo Matarazo, no Parque Ibirapuera, será inaugurada em 10 de setembro e estará aberta à visitação até 11 de dezembro de 2016.

Dalton Paula é nome exponencial da jovem geração de artistas em Goiás. Desde que sua obra emergiu no cenário nacional despertou a atenção de curadores e de colecionadores do Brasil e do exterior. A partir de sua participação no programa Rumos Artes Visuais Itaú Cultural 2011-2013 ele tem recebido convites para integrar exposições de alta relevância, como Histórias Mestiças, exibida no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. Este ano Dalton realizou uma residência artística em Havana (Cuba), apresentou-se no Solo Projects da SP Arte por meio da Sé Galeria (São Paulo) pelo qual recebeu o Prêmio Illy Sustain Art, e tem agendadas exposições individuais no R3 Gabinete de Arte (Goiânia) e na Alfinete Galeria (Brasília), além de participar da mostra coletiva As Virgens em Cardumes e a Cor da Aura no Museu Bispo do Rosário (Rio de Janeiro) e de ministrar uma palestra para o Educativo do Itaú Cultural (São Paulo). Em sua trajetória recebeu premiações no Salão de Arte de Mato Grosso do Sul, Salão Nacional de Arte de Jataí (Goiás) e no Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto de Santo André (São Paulo).

A produção artística de Dalton Paula (que desde 2004 também trabalha como bombeiro militar) abrange vasto campo de investigação com suportes e meios distintos desdobrando-se em pintura, fotografia, vídeo e performance. Durante a fase inicial de sua carreira tinha seu próprio corpo como a principal matéria de sua obra, pesquisando as propriedades plásticas e expressivas, investigando as implicações sociais, antropológicas e culturais que recaem sobre o corpo. O assunto principal de sua produção tem abordado a história e a situação do negro escravizado durante séculos no Brasil e no continente americano. Porém sua abordagem não demostra os estereótipos da defesa da cultura negra e sim abre um campo conceitual crítico e poético fundado em consistente pesquisa artística e teórica que desemboca em trabalhos contundentes e repletos de camadas de leituras.

Para a Bienal de São Paulo o artista prepara a obra intitulada Rota do Tabaco, um ambiente que discute as relações entre escravidão e o plantio de fumo, tendo por locais de investigação as cidades de Piracanjuba (Goiás), Cachoeira (Bahia), Havana e Viñales (Cuba). Os trabalhos serão pinturas realizadas sobre placas e recipientes de cerâmica, feitas especialmente para a obra, e instadas de modo não convencional, ocupando um altar, o piso e um grande pau-de-fumo.

 Para mais informações, acesse o site do artista.