Palestra Prof. Lilia Moritz Schwarcz USP

Lilia Moritz Schwarcz palestra em evento da pós-graduação

En 10/05/16 09:53 .

Professora trouxe a análise das obras selecionadas para a exposição Histórias mestiças

Texto: Lucas Botelho

Fotos: Adriana Silva

“A história é feita de mudanças, mas também de muita continuidade. O presente está mais cheio do passado do que nós podemos imaginar”. Assim a historiadora, antropóloga e professora da Universidade de São Paulo (USP), Lilia Moritz Schwarcz, começou sua fala, em tom professoral e, ao mesmo tempo, descontraído. A proposta da palestra, promovida pelo Programa de Pós-Graduação em Arte e Cultura Visual (PPGACV), nesta segunda-feira (9/5), com apoio do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS), foi analisar a exposição Histórias mestiças, da qual Lilia é uma das curadoras

 Palestra Prof. Lilia Moritz Schwarcz USP

Historiadora e antropóloga, Lilia mostrou parte do processo histórico do Brasil e do brasileiro através das imagens

“A gente pensava a ideia de mestiçagem não só exclusivamente como mistura, mas também como separação. O que é que misturou e o que é que separou? O que ficou de fora?”, questionou a antropóloga, que explicou que sua análise parte do pressuposto de que a sociedade produz diferenças, e que as diferenças não são essenciais, mas sim questão de posição e, sobretudo, questões de relação. “É assim que eu penso identidade também. Identidade não é uma essência. Identidade não é uma questão concreta. Identidade é uma construção social, e sobretudo ela se faz nas relações”, completou.

“Eu brinco que eu estou curadora, mas não sou curadora, mas acredito muito na arte e nas imagens. No local onde dou aula, em geral, nas Ciências Socias, há um verdadeiro preconceito e mal uso nas das imagens. Nós somos tão sofisticados no uso de documentos escritos – queremos saber a origem, o ano, queremos saber a recepção, a penetração –, mas quando se trata de utilizar imagens, muitas vezes nós somos absolutamente acríticos. A gente usa a imagem como ilustração. E a ideia de ilustração é decorar, encerar”, detalhou Lilia Schwarcz.

No final da palestra, o artista Dalton Paula, formado na UFG, mostrou parte de sua obra intitulada A cor da pele, que será exposta na bienal de arte de São Paulo.

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Para a professora, as imagens produzem o nosso contexto, ao mesmo tempo em que são produtoras de conceitos e valores

Fuente: Ascom UFG