Seminário discute formação de empreendedores
Para o professor Marcos Hashimoto, da Faccamp, educação e inovação ainda são desafios para as universidades
Texto: Luiz Felipe Fernandes
Fotos: Victor Martins
Por que as universidades não formam empreendedores? A pergunta, em tom de desafio, norteou o Seminário Educação Empreendedora - “dilemas no ensino superior”, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Goiás (UFG), na manhã desta sexta-feira (29/4), no auditório da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia (Face), no Câmpus Samambaia. O seminário foi ministrado pelo professor Marcos Hashimoto, da Faculdade Campo Limpo Paulista (Faccamp).
Antes de responder ao questionamento, ele destacou o crescimento da atividade empreendedora no Brasil, principalmente com a queda de alguns mitos e preconceitos. Segundo levantamento de 2013 da Endeavor, 60% dos universitários querem ter um negócio próprio. A consequência é o aumento de cursos e disciplinas nas universidades para atender essa demanda de mercado.
Porém, os resultados de um estudo feito por Marcos Hashimoto, com percepções e opiniões de estudantes e professores universitários acerca da educação empreendedora, revelam um cenário preocupante. Entre as conclusões obtidas estão a existência de uma estrutura acadêmica rígida e formal, pouco equilíbrio entre teoria e prática e pouco estímulo à experimentação. As respostas colhidas com os entrevistados permitiram concluir que as universidades não estão preparadas para formar empreendedores.

Durante o seminário, o professor Marcos Hashimoto, da Faccamp, apresentou dados que contrariam o mito de que o Brasil é um país empreendedor
Educação e inovação
A partir de um outro levantamento – o Global Entrepreneurship Index (GEI) –, foi desconstruído o mito de que o Brasil é um país empreendedor. A 100ª posição ocupada pelo Brasil no GEI aponta justamente o contrário. Em síntese, educação e inovação são as nossas maiores fraquezas. O desafio, portanto, se coloca diante das instituições de ensino superior e a formação oferecida por elas.
Em sua apresentação, Marcos Hashimoto lembrou os diferentes papeis da universidade ao longo do tempo: transferência do conhecimento científico, nos anos 70; treinamento para o uso de ferramentas aplicadas (até os dias atuais); e desenvolvimento de competências e habilidades, que é o papel das instituições para o futuro. Para tanto, é preciso corrigir um desequilíbrio. “Existe muito mais conhecimento explícito do que tácito”. O professor se refere ao conhecimento subjetivo, não mensurável, fruto de experiências pessoais. “De alguma forma é preciso passar um pouco do conhecimento tácito em sala de aula”.
资源: Ascom UFG
类别: Última hora
