Projeto fotográfico contribui para preservação do Cerrado

Texto: Luiz Felipe Fernandes

Fotos: Tatiana Fiuza

Conscientizar por meio da arte. Este é o objetivo de um projeto de extensão da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Goiás (FF/UFG), que realiza registros fotográficos da flora e da fauna do Cerrado para serem expostos em espaços públicos e, assim, contribuir para conscientizar a população sobre a importância de preservar o segundo maior bioma do Brasil. A mais recente ação do projeto é a exposição “Cerrado berço das águas: olhar para preservar”, que fica no Centro Livre de Artes, no Bosque dos Buritis, até o próximo dia 29 de abril.

A professora da UFG Tatiana de Sousa Fiuza é a autora das fotos, feitas mensalmente em 2013 e 2014 no Parque Estadual da Serra dos Pirineus e na Chapada dos Veadeiros, em região de Cerrado nativo. “Priorizou-se registrar a riqueza das espécies. Foi dada ênfase principalmente na beleza das flores, mas também foram retratados caules, frutos, insetos visitantes e aracnídeos. Foram fotografadas nascentes com intuito de despertar o público para a importância da sua preservação e proteção”, explica.

A proposta, segundo a professora, é proporcionar um olhar sensível e crítico sobre o Cerrado. O bioma tem sofrido um processo de degradação constante devido à ação do homem, com destaque para o crescimento dos centros urbanos, a expansão agropecuária e as queimadas. A consequência é a destruição da fauna e da flora e a degradação de nascentes. Além disso, Tatiana explica que há uma imagem distorcida do Cerrado, o que leva a crer que se trata de uma região com poucos recursos naturais, sem beleza ou importância.

As fotografias buscam revelar à sociedade que o bioma que cobre grande parte do território goiano é muito mais que simplesmente um ambiente de árvores retorcidas e castigadas pelo fogo. “Representa um olhar que vai além dos olhos cerrados pelo preconceito quanto à sua forma e composição, resultando em belas imagens que servirão para despertar para a real necessidade de preservação, reconhecidamente um berço das águas e de vital importância para o equilíbrio ecológico do planeta”, reforça a professora.

Identificação das espécies

O projeto de extensão “O Cerrado e suas faces: conscientização da comunidade sobre a importância da preservação ambiental por meio da arte” é coordenado pelo professor da UFG Pierre Alexandre dos Santos. Uma das ações realizadas é a identificação das espécies fotografadas, em diferentes estágios de desenvolvimento. Nas fotografias que integram a exposição constam os nomes científicos e populares das plantas retratadas. A identificação botânica foi feita pelo também professor da UFG e taxonomista Heleno Dias Ferreira, o que contribui para o conhecimento dessas espécies, muitas delas medicinais.