Assembleia universitária discute conjuntura político-econômica
Participantes demonstraram preocupação com o cenário de instabilidade e com as dificuldades esperadas para o futuro
Texto: Luiz Felipe Fernandes
Fotos: Adriana Silva
Professores, estudantes e servidores técnico-administrativos da Universidade Federal de Goiás (UFG) se reuniram na tarde desta sexta-feira (15/4) na Assembleia Universitária que discutiu a conjuntura político-econômica e suas repercussões na universidade brasileira. O evento, de caráter não deliberativo, foi convocado e presidido pelo reitor Orlando Amaral, como prevê o artigo 16 do Estatuto da UFG, para uma de suas finalidades, que é o debate de questões relevantes para a comunidade universitária.
O reitor ressaltou que é dever da Universidade contribuir para a discussão das consequências da crise política e econômica para o país e, em especial, para as Instituições Federais de Ensino Superior. “A Universidade é o espaço apropriado para o diálogo, o debate e o confronto de ideias. Esse é o nosso dever cívico e o fazemos com espírito aberto e respeito às diversas visões políticas. O que nos une é a educação pública de qualidade e o que nós reivindicamos é a democracia”.
Orlando Amaral expressou sua preocupação com a instabilidade provocada pelo cenário político e econômico e as dificuldades já esperadas para os próximos anos, sobretudo depois que a UFG viveu um período de expansão “extremamente relevante e ambicioso”. Ele destacou o aumento do número de estudantes, de cursos, de programas que garantem o acesso mais democrático ao ensino superior, além da inserção da Universidade no interior do estado. Outra dificuldade relatada pelo reitor foram os cortes no orçamento. “Será um ano de incertezas, mas em qualquer cenário estamos na luta por essa instituição”.

Reitor da UFG e representantes de associações de professores falaram sobre as incertezas no futuro da educação superior
Perspectivas
O presidente da Associação dos Docentes da UFG (Adufg), Flávio Alves da Silva, lembrou que desde o ano passado as universidades federais brasileiras vêm sofrendo com a crise e que as perspectivas não são animadoras. A coordenadora-geral do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás (Sint-IfesGO), Fátima dos Reis, fez críticas à postura conservadora do Congresso Nacional, o que configura uma crise muito mais política que econômica. Ela também demonstrou preocupação com a possibilidade de retrocesso nas conquistas sociais. “Temos que ficar atentos e buscar alternativas para o que pode vir”.
O representante da Associação dos Docentes do Câmpus Avançado de Jataí (Adcaj), Carlos Augusto Oliveira, repudiou a recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para que a UFG não promovesse ou participasse de atividades cujo tema tivesse relação com o debate político em torno do impeachment da presidente Dilma Rousseff, ainda que sua posição pessoal seja de crítica ao governo federal. “Estamos defendendo o estado democrático de direito”, esclareceu.
Pela dinâmica da Assembleia, também tiveram oportunidade de fala representantes de outras Regionais da UFG e dos estudantes. Em seguida, membros da comunidade universitária puderam se inscrever para expor suas considerações em relação ao tema proposto. Ao fim do evento, o reitor leu a nota pública da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), divulgada nesta quinta-feira (14/4), que considera que a atuação de alguns agentes do MPF configura indevida ingerência da gestão das universidades federais.

Professores, estudantes e servidores técnico-administrativas tiveram a oportunidade de expor suas opiniões na Assembleia
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