
Dia de matrículas para calouros indígenas e quilombolas
Vagas oferecidas nos cursos de graduação são garantidas por programa de inclusão
Texto: Renato Rodrigues
Fotos: Carlos Siqueira
Cerca de 100 novos alunos quilombolas e indígenas realizaram hoje, 16/03, a matrícula nos cursos de graduação oferecidos pela UFG por meio do programa UFGInclui. Há sete anos é disponibilizada no processo seletivo do começo de ano uma vaga extra em cada curso oferecido pela universidade para representantes destas comunidades. Neste ano foram selecionados 55 candidatos quilombolas e 43 indígenas.
Para concorrer à vaga os candidatos utilizam a pontuação obtida pelo Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM). Para facilitar a permanência destes estudantes, já que muitos vem de cidades do interior de Goiás ou mesmo de outros Estados, o UFGInclui oferece uma bolsa custeada pelo Ministério da Educação (MEC) de R$ 900,00 (novecentos reais) e acompanhamento acadêmico.
O professor Jean Baptista, coordenador do UFGInclui da Pró-reitoria de Graduação (Prograd), explica que o número de alunos selecionados pelo UFGInclui deste ano é o maior desde o início do programa no ano de 2009. O aumento foi superior a 240% para o número de vagas oferecidas para quilombolas e de 200% para indígenas.
Calouros das comunidades indígenas e quilombolas aprovados fazem matrículas para o primeiro semestre letivo
Ele atribui o crescimento à maior divulgação feita pelas redes sociais e também pelo projeto UFG nas Comunidades. “Para que as comunidades quilombolas e indígenas de todo o Estado pudessem saber da existência do UFGInclui nós realizamos várias visitas nestes locais”, completa.
Jean Baptista acrescenta que nas viagens às comunidades eram repassadas informações sobre o programa UFGInclui e ministradas oficinas explicando as formas de ingressar na universidade e sobre o ENEM. O coordenador destaca o empenho dos estudantes veteranos indígenas e quilombolas da UFG no esforço de divulgação do programa para a inclusão das comunidades indígenas e quilombolas na universidade: “Graças a este conjunto de ações, estamos recebendo estudantes de todo o país”, comemora.
Além de conhecerem o Espaço de Convivência da UFG, os novos estudantes participam de uma acolhida no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal, no Câmpus Samambaia. A ideia foi promover uma integração entre estudantes veteranos e os calouros em uma roda de conversa. Na oportunidade foram repassadas ao novos alunos informações sobre os programas oferecidos pela universidade para viabilizar a permanência acadêmica para quilombolas e indígenas.
Números de estudantes atendidos pelo programa de inclusão UFGInclui aumentou em mais de 200% relação a 2015
Inclusão
A caloura Sara Dias da Silva, de 21 anos, faz parte da comunidade quilombola São Félix, localizada na cidade de Minaçu, Região Norte do Estado. Ela tentou a seleção pela primeira vez e foi aprovada. “Vou cursar Zootecnia, já era o curso que pensava em fazer por gostar muito de animais”, diz. Sara afirma estar na expectativa para o início do semestre letivo e que pretende se esforçar na adaptação a um novo ambiente, com novas pessoas.
Caloura Sara Dias da comunidade quilombola São Félix, da cidade de Minaçu, comemora vaga para cursar Zootecnia
Marcelino Smrihu Xerente, da comunidade indígena Xerente que fica na região do município de Miracema, no Estado do Tocantins, ingressou no curso de licenciatura em Educação Física. “Sempre gostei de futebol, pretendo me formar e voltar para trabalhar como professor na minha comunidade”, comenta. Para ele, estudar em uma universidade pública representa uma boa oportunidade de aprendizado e crescimento.
Aprovado em Educação Física, Marcelino Xerente pretende atuar na própria comunidade indígena depois de se formar

Source: Asscom UFG
Categories: Última hora Matrículas UFGInclui