Workshop discute melhorias para execução financeira de projetos

Texto: Serena Veloso 

Fotos: Victor Martins

Um dos entraves enfrentados por universidades brasileiras nos últimos tempos no desenvolvimento da pesquisa e extensão diz respeito às próprias condições orçamentárias na execução dessas atividades. Um projeto só consegue sair do papel quando existem recursos para que seja executados. Entretanto, o processo de captação, além de moroso, se esbarra em questões como a competitividade cada vez mais acirrada para seleção de projetos nas agências de fomento e a própria necessidade dos pesquisadores e coordenadores de projetos de conhecerem melhor os procedimentos necessários para  captação, mas também aplicação com qualidade os recursos financeiros. Com o intuito de otimizar e aprofundar a discussão sobre esses processos, a Pró-reitoria de Pesquisa e Inovação (Prpi) da UFG realiza nesta segunda e terça-feira (22 e 23/2), no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal o Workshop para Otimização do Uso de Recursos Financeiros Relativos à Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão na UFG.

Coordenadores de Programas de Pós-Graduação, Especialização, Projetos de Pesquisa, Inovação e Extensão e gestores envolvidos nessas áreas estiveram reunidos na manhã do primeiro dia de evento, no qual foram apresentados a um diagnóstico das principais dificuldades para a execução de recursos captados. A atividade também teve a participação dos pró-reitores de Pós-Graduação (Prpg), Extensão e Cultura (Proec), Administração e Finanças (Proad), além de gestores do Departamento de Material e Patrimônio (DMP) e do Departamento de Contabilidade e Finanças (DCF).

Pró-reitora de Pesquisa e Inovação afirmou que a UFG é uma das instituições de ensino superior do país que mais capta recursos para pesquisa

A pró-reitora da PRPI, Maria Clorinda Fioravanti, destacou que a Universidade carece de uma estrutura de apoio para dar condições ao pesquisador para que consiga captar esses recursos para seus projetos. “Se a Universidade quiser crescer em pesquisa ela vai ter que trabalhar mais para fazer essa captação” justificou a pró-reitora. Segundo ela, já está sendo discutida dentro da pró-reitoria a necessidade de ser implantado um Escritório de Projetos na UFG, o qual faria a ponte entre os pesquisadores e órgãos da Universidade envolvidos na execução financeira dos projetos.

Entretanto, ela acredita que ainda é preciso pensar algumas soluções para os atuais problemas diagnosticados envolvendo os trâmites. Dentre as questões elencadas pela pró-reitora e que foram apontadas pelas próprias coordenações de Pós-Graduação e Pesquisa, alguns dos principais empecilhos encontrados são: a concorrência dos editais para captação, a mudança das regras de acordo com cada agência de fomento, a dificuldade de instalação e garantia de recursos para manutenção dos equipamentos adquiridos na execução financeira.

Avaliação

Problemas como pagamentos de pequenas despesas, velocidade de tramitação dos processos, responsabilidade repassada aos pesquisadores no acompanhamento para garantia da aplicação dos recursos de seus projetos também foram os principais pontos diagnosticados pela Pró-reitoria de Pós-Graduação (PRPG) em consulta aos programas e cursos de Pós-Graduação lato e stricto sensu. José Alexandre Diniz, pró-reitor da PRPG, avaliou que os entraves, portanto, estão muito mais relacionados aos próprios procedimentos na execução do que às limitações orçamentárias. “Se conseguirmos melhorar os procedimentos essa percepção negativa tende a diminuir”, comentou.

Já para o pró-reitor de Administração e Finanças (Proad), Carlito Lariucci, a elaboração adequada dos projetos e planos de trabalho, com a observação de todos os critérios necessários, facilita para que os proponentes não enfrentem obstáculos para a execução financeira. O pró-reitor colocou a Proad à disposição dos gestores e pesquisadores para orientá-los quanto às questões financeiras e orçamentárias para a concepção dos projetos. Além disso, enfatizou, a partir das dificuldades também enfrentadas pela pró-reitoria, a necessidade dos coordenadores de projetos realizarem corretamente os procedimentos para conseguirem melhor utilizar os recursos.

Giselle Ottoni, pró-reitora de Extensão e Cultura, fez avaliação positiva dos financiamentos obtidos por projetos de extensão da UFG em editais do Programa de Extensão Universitária

Programação

As atividades do workshop continuam no período da tarde, quando os participantes discutirão os impactos na rotina da UFG da criação do novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, o qual propõe a redução da burocracia no desenvolvimento de tecnologias inovadoras no Brasil. Já na terça-feira (23/2), um documento será elaborado com sugestões eficientes para a melhoria dos processos para execução de recursos e redução do desgaste entre solicitantes e executores. Confira a programação do evento. 

Participantes auxiliarão na construção de documento com estratégias para melhoria dos processos para execução de recursos de projetos