Avaliação ajuda a reduzir o risco cardiovascular em adolescentes

Uma pesquisa conduzida por duas alunas de mestrado da Faculdade de Nutrição (Fanut) da Universidade Federal de Goiás (UFG) buscou avaliar o risco de doenças cardiovasculares em adolescentes antes que estas se manifestem na idade adulta. Foram realizados exames de sangue incluindo vitaminas, perfil lipídico - que são as taxas de colesterol e triglicérides-, e de uma substância chamada homocisteína; além da observação sobre o excesso de peso em 115 alunos com idade entre dez e 19 anos do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (Cepae) da UFG.

O estudo, desenvolvido sob orientação da professora Cristiane Cominetti e coorientação da professora Maria Aderuza Horst, realizou avaliação do estado nutricional dos adolescentes, com medidas de peso, altura e circunferência da cintura. O perfil dos alunos pesquisados com excesso de peso foi delimitado. “É um grupo vulnerável, que apresenta algum fator de risco cardiovascular”, alegou Carla Morais, uma das pesquisadoras do projeto. Aos resultados dos exames, foram aliados dados sobre alguns polimorfismos genéticos, que são variações pontuais em algum gene específico.

Resultados

A homocisteína é uma substância química que, em excesso, pode provocar lesões nos vasos sanguíneos, causando complicações no coração e até infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC). “O interessante é que nós queríamos ver se esses adolescentes que apresentam essas variações genéticas respondiam de maneira diferente, ou seja, se apresentavam maior risco cardiovascular, incluindo a homocisteína aumentada e alterações no colesterol e nos triglicérides”, explicou Morais.

Alguns polimorfismos foram relacionados a um pior perfil lipídico e, também, os alunos que exibiam alterações nos níveis de homocisteína apresentavam maior circunferência na cintura, fator que aumenta o risco de doenças cardíacas. Com a investigação do perfil genético dos indivíduos, foi possível realizar uma orientação para acompanhamento precoce a fim de reduzir o risco do aparecimento de doenças do coração. Após a pesquisa, os resultados foram entregues aos adolescentes juntamente com uma orientação nutricional individualizada.