Estudantes de Jornalismo entregam livros ao presídio Consuelo Nasser

Texto: Milleny Cordeiro
Fotos: Roberta Honorato

Nesta manhã (17/12), alunas do curso de jornalismo da UFG realizaram a entrega de livros ao Centro de Inserção Social Consuelo Nasser, presídio feminino que integra o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. A doação foi resultado de uma campanha realizada por um grupo de alunas em parceria com a Coletiva Feminista Nonô. Em dez dias foram recolhidos 170 livros em pontos de arrecadação distribuídos nas Faculdades de Direito, Comunicação e Informação, Letras, História e Centro de Aulas C.

A estudante Natália Moura, uma das responsáveis pela campanha, afirma que a ideia surgiu depois que as estudantes realizaram atividades de produção de programas radiofônicos no presídio, elas notaram que as mulheres do Consuelo pediam muitos livros. Os livros arrecadados irão compor a biblioteca do presídio.

Para Roberta Priscilla Honorato Ferreira, diretora do presídio, a doação dos livros é importante neste momento, pois a direção pretende estruturar melhor a biblioteca, que atualmente funciona dentro de um galpão, e transformá-la em um espaço multiuso, com laboratório de informática e espaço para ministração de cursos. Além disso, Roberta defende a prática da leitura, “para elas que ficam aqui reclusas, sem liberdade, é uma forma de viajar e sair um pouco da privação”, destaca.

Livros didáticos e literários foram arrecadados em postos de coleta na UFG

Carlota cumpre pena no Consuelo Nasser e faz dos livros a sua maior companhia. Ela acredita na importância e na força da literatura no processo de aprendizagem e trata os livros como “professores que podem ser levados debaixo dos braços”. Em sua cela, cerca de 40 livros já estão amontoados para leitura. Ao receberem os livros, as mulheres olhavam um a um e escolhiam aqueles que mais as agradavam, seja pela capa ou pelo tema. Jaíra, com os livros escolhidos em mãos, fala da importância da leitura dentro do presídio e afirma: “muitas pessoas pensam que a gente não precisa, mas precisamos sim de um bom livro para ler e de uma caneta para escrever”.

Os livros dentro dos presídios ainda contribuem para o processo de remissão por meio da leitura. No presídio feminino há um projeto que prevê a redução da pena em quatro dias a cada livro lido por mês. Para garantir esse benefício, a presidiária deve apresentar um resumo do livro a uma banca examinadora que fará as observações necessárias. Em seguida o resumo é enviado ao judiciário que poderá deferir ou não a remissão.