Mesa sobre ataques em Paris

Atentado em Paris e Estado Islâmico são tema de debate

在 01/12/15 13:33 上。

Em mesa-redonda, professores e alunos discutiram situação geopolítica mundial e contexto dos ataques no dia 13 de novembro

Texto: Angélica Queiroz

Fotos: Camila Caetano

Tentando entender o atentado a Paris, que deixou 192 mortos e mais de 300 feridos, no último dia 13 de novembro, e vem sendo assunto destaque na mídia desde então, professores e alunos da UFG reuniram-se para discutir os conflitos no Oriente Médio e o grupo radical Estado Islâmico, conhecido também como ISIS (Islamic State of Iraq and ash-Sham), que reivindicou a autoria dos ataques.

O professor de Jornalismo Internacional da Faculdade de Informação e Comunicação da UFG (FIC), Juarez Maia; a coordenadora do curso de extensão Organizações Internacionais, da Faculdade de Ciências Sociais (FCS), Dannyelle Wood; e o professor do curso de Relações Internacionais da UFG, Hugo Tomazeti foram os convidados para a mesa-redonda, realizada nesta terça-feira (01/12), no auditório da FIC.

Hugo Tomazeti iniciou a discussão fazendo uma retomada história e geopolítica para contextualizar os conflitos da região. “Não podemos analisar eventos de grande comoção mundial como este de forma isolada”, começou. Ele lembrou que o fundamentalismo é presente em todas as religiões e não apenas no mundo islâmico, como muitos associam.

O professor de Relações Internacionais lembrou ainda que muitos grupos fundamentalistas têm apoio dos estados para instrumentalização e que não é possível afirmar que existe um choque de civilizações. “É importante tentar ler os mapas. A partir deles conseguimos analisar as principais intenções do Ocidente nesses conflitos”, provocou.

Mesa sobre ataques em Paris

Estudantes e professores lotaram o auditório da FIC, interessados na temática

Dannyelle Wood detalhou o conflito na Síria e suas consequências na Europa. Ela explicou que, com a guerra civil Síria, o ISIS se fortaleceu e viu oportunidade de entrar no estado para conquistar território. Para a estudiosa, a saída para população síria não ficar no meio do confronto, é sair do país. “Eles são obrigados a sair porque ficar lá pode significar morrer”, esclareceu.

No entanto, segundo Dannyelle Wood, essa migração síria tem causado problemas à Europa, que já tinha problemas com imigrantes. A professora fez questão de ressaltar que muitos muçulmanos, nascidos na França, não são aceitos pela população do país e acabam vivendo à margem da sociedade. “Se você vive excluído, tende a buscar algo para se sentir parte. Ai o ISIS entra e recruta”, detalhou.

Juarez Maia lembrou que o comando que atacou Paris era composto por cidadãos franceses e belgas e não por árabes.  “Esses jovens, pertencentes às células europeias do estado islâmico, não tem perspectiva de vida. Eles vivem em um país rico, mas não são considerados franceses, tampouco são considerados árabes, e têm necessidade de pertencer a alguma coisa”.

 Mesa sobre ataques em Paris

Para o professor da FIC, Juarez Maia, Paris foi escolhida pelo ISIS pela visibilidade mundial da cidade

ISIS

Juarez Maia explicitou o poder do ISIS que, segundo ele, é um grupo extremamente organizado e estratégico, que tem mais de 300 mil voluntários em todo o mundo e estimados 2 bilhões de dólares em caixa. Ele relatou que o site do grupo pode ser acessado em vários idiomas e que o Twitter do ISIS recebe mais de 200 mil tweets por dia no mundo inteiro.

Para o professor da FIC, o segundo ataque à Paris no ano (o primeiro foi em janeiro contra o jornal satírico  Charlie Hebdo), foi planejado por conta do modo de vida da cidade mais visitada do mundo – considerada pelos radicais com grande presença de infiéis – e pelo efeito de marketing, por conta da visibilidade alcançada. “A repercussão ao ataque para eles foi uma grande propaganda política do quanto o grupo é forte”, explicou Juarez Maia. Para ele, a estratégia europeia de repreender e restringir mais a liberdade dos muçulmanos faz com que o ISIS se fortaleça ainda mais.

 

 

资源: Ascom UFG

类别: Atentado em Paris Estado Islâmico Última hora