Encontro discute impactos da pesquisa e pós-graduação
Até o dia 20 de novembro, pró-reitores de pós-graduação de diversas universidades do Brasil estarão reunidos para traçar novas rumos para a área
Texto: Serena Veloso
Fotos: Camila Caetano
Pró-reitores de pós-graduação de cerca de 150 instituições de ensino superior brasileiras participaram na manhã desta quarta-feira (18/11) da abertura do XXXI Encontro Nacional de Pró-reitores de Pós-graduação (Enprop), este ano com realização em Goiânia, no Castro’s Park Hotel, e organização da UFG, Pontifícia Católica de Goiás (PUC-GO) e Instituto Federal de Goiás (IFG). Relevância Social e Econômica da Pesquisa e Pós-Graduação foi tema escolhido em 2015 para permear as discussões do encontro e também abordado durante a conferência de abertura com o vice-presidente da Capes, Arlindo Philippi Júnior.
O avanço do sistema da pós-graduação em todo o país e os impactos gerados no âmbito da pesquisa e do desenvolvimento social e econômico foram pontos principais do debate. De acordo com o vice-presidente da Capes, a agência de fomento à pesquisa tem trabalhado para o crescimento da produção do conhecimento no país por meio de diversas linhas de ação: avaliação da pós-graduação strictu sensu, responsabilidade por formação de recursos humanos qualificado, promoção da cooperação científica nacional e internacional, formação de professores da educação básica, acesso a produção científica e tecnológica e estabelecimento de áreas estratégicas.
Vice-presidente da Capes ressaltou protagonismo do Fórum de Pró-reitores de Pós-Graduação no avanço das discussões sobre a pesquisa no Brasil
Arlindo Philippi Júnior afirma que houve um crescimento significativo dos programas de pós-graduação de 2006 a 2014, o que representa o percentual de 62% em todo o país, em especial com a criação de novos doutorados, aumento no número de docentes nos programas, de titulados – só no Centro-Oeste houve crescimento de 96% na titulação –, além do estabelecimento de acordos de cooperação e programas institucionais para fomento à produção do conhecimento científico. No entanto, ele acredita que ainda é necessário maior vinculo das universidades com as organizações públicas e privadas no desenvolvimento da pesquisa. “Nós das universidades temos que buscar dialogar mais e convencer a atuação empresarial e dos governos estaduais em projetos de pesquisa, na busca de conhecimento para solução de problemas no nosso país que poderá ser a base para decisões políticas”, defendeu.
Com todo o investimento realizado nos últimos anos e o alcance do reconhecimento internacional, o Brasil ainda é o 13º país em todo o mundo na produção do conhecimento científico. “O impacto da ciência brasileira no mundo com toda essa produção ainda é pequeno”, lamentou Arlindo Phillipi, fato que considera que pode ser melhorado com a discussão de uma agenda nacional de pesquisa e pós-graduação, a qual estabelecerá as bases para o planejamento estratégico da área até 2024. Além disso, apontou a gestão planejada de recursos, a busca por maior aproximação da pesquisa com as demandas sociais e a interlocução entre diversas áreas do conhecimento por meio da interdisciplinaridade como caminhos a serem seguidos pela área nos próximos anos.
Grupo Trompetes do Cerrado, da Escola de Música e Artes Cênicas (Emac) da UFG se apresentou durante abertura do evento
Abertura
A abertura do XXXI Enprop reuniu em uma mesa os diversos representantes das universidades que participaram da organização do evento. Além deles, estavam o pró-reitor de Graduação, Luiz Mello, no ato como reitor em exercício da UFG, presidente da Fundação de Apoio e Amparo à Pesquisa (Fapeg), Maria Zaira Turchi, e ainda Isac de Almeida Medeiros, presidente do Fórum de Pró-reitores de Pós-Graduação (Forprop), entidade que promove anualmente o evento, e o presidente da comissão organizadora desta edição e pró-reitor de Pós-Graduação da UFG, José Alexandre Diniz.
O pró-reitor de Pós-Graduação da UFG salientou a importância do evento no debate nacional sobre o papel da pesquisa, inovação e pós-graduação no país, sobretudo no momento de crise enfrentado no Brasil, discussão que será contemplada nesta edição por meio do tema escolhido. “A ideia é tentar criar uma agenda positiva dando contribuições para a superação dos problemas nesses setores e permitindo o compartilhamento efetivo de experiências bem sucedidas”, avaliou José Alexandre Diniz. Ele destacou ainda que questões como a agenda nacional de pesquisa e pós-graduação, integração entre diferentes níveis de ensino, o fomento à pesquisa, inovação e pós-graduação e o sistema de avaliação da pós-graduação também estarão em foco durante o evento, que vai até o dia 20 de novembro (confira a programação aqui).
Pró-reitor de pós-graduação da UFG anunciou mudanças no formato desta edição, tendo vista ampliar o tempo de debate entre participantes
Para o pró-reitor de graduação da UFG, Luiz Mello, a temática do Enprop vem contemplar a importância da discussão sobre a relação entre sociedade e economia com a pesquisa e pós-graduação no país. “Temos tentado construir uma interlocução com a sociedade, seja por meio de uma sociedade mais justa, mais igualitária, mas também com produção e distribuição de riqueza que assegura que nós não tenhamos grandes conflitos sociais que precisem ser resolvidos por outras soluções que não as de ordem democrática”, opinou. Na avaliação do pró-reitor, é essencial a interlocução entre graduação e pós-graduação, pois acredita que o incentivo à pesquisa se inicia dentro da graduação. “O pesquisador vai brotar justamente dessa cultura de se estimular a produção do conhecimento, a curiosidade e o compromisso com a sociedade”, alegou.
Luiz Mello defendeu ainda a necessidade de se pensar a universidade para além do mercado de trabalho e da pesquisa, mas como instituição formadora de professores tanto da graduação e pós-graduação, como da educação básica, dificuldade ainda enfrentada no país com a alta evasão dos cursos de licenciatura. Além disso, defendeu a necessidade de haver uma preservação no orçamento para as bolsas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), tendo em vista a formação de professores que possam transformar as concepções sociais.
Fonte: Ascom UFG
Categorias: Enprop Pesquisa e Pós-Graduação Última hora