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Radicalização das lutas é tema de debate em encontro na UFG

Sur 30/10/15 22:05.

Encontro Nacional em Universidades sobre Diversidade Sexual e de Gênero acontece até o próximo dia 2 na UFG

Texto: Angélica Queiroz

Na noite desta sexta-feira (30/10), os militantes Amanha Palha, Eros, Mariana Lopes e Viviane Vergueiro participaram da primeira mesa do XIII Encontro Nacional em Universidades sobre Diversidade Sexual e de Gênero (Enudsg), que teve o tema do Encontro - Radicalizando as lutas: O enfrentamento cotidiano ao cis-tema em tempos de crise - como título.

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Convidados para a mesa expuseram diversos temas e falaram sobre os desafios da militância

Nome social, acesso ao sistema de saúde, militância e enfrentamento do preconceito estiveram entre os temas levantados pelos componentes da mesa, que participaram de debate com o público. Técnica-administrativa da UFG, militante sindical e feminista, Mariana Lopes defendeu a radicalização da luta pois, segundo ela, sem isso, o enfrentamento tende a se estagnar. “É necessário que as lutas sejam casadas e concomitantes”, pontuou. Ela também falou sobre preconceito e exclusão social e reiterou a importância dos trabalhos acadêmicos sobre discussões de gênero, mas lembrou que a discussão não pode ficar só neles e que é preciso encontrar outros caminhos.

Mestranda em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e ativista trans, Viviane Vergueiro ressaltou que os corpos humanos não podem ser lidos através de uma matriz binária e falou sobre a invisibilização de certas existências. “Temos nossas vozes subalternizadas como agentes de decisão não só sobre nossas próprias vidas, como sobre a sociedade”, lamentou. A ativista também lembrou as dificuldades do sistema de segurança pública e os espaços de saúde excludentes. “O nosso sistema médico não responde à autonomia do meu corpo”, afirmou. Ao final de sua fala, provocou: “Quais são os limites da nossa luta?”.

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Encontro recebe participantes de todo o país

Travesti e comunista, Amanda Palha iniciou sua fala destacando a importância da teoria para a discussão de como será a luta. “A gente precisa, antes de qualquer coisa, debater a importância de se fazer debate teórico”, afirmou. Para Amanda, militar no movimento hoje é desesperador. “Ficamos na defensiva. Nossas pautas hoje são para não perder direitos e não para avançar”, explicou. Professor de Física, Eros contou sua experiência e destacou que a discussão sobre sexualidade e gênero é de todas as áreas. “Não são pautas das Humanas, são pautas de pessoas. Eu sou uma pessoa”.

A programação do Enudsg segue até segunda-feira (2/11), com outras duas mesas, grupos de discussões e programação cultural. Neste sábado (31/11), o destaque é o ato Enudsg em Marcha: Tirem suas leis dos nossos afetos, dos nossos ovários e das nossas famílias. A marcha, que sai às 14 horas da Praça Cívica, no Centro, é um protesto contra o PL 5069, contra o Estatuto da Família e contra o genocídio da população negra, de mulheres cis e trans e de pessoas LGBTTI, pela liberdade de gênero e a autonomia sobre o corpo.

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Exposição pode ser conferida no Centro de Cultura e Eventos, onde acontecem as mesas e as plenárias do evento

 

 

 

 

Source: Ascom UFG

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