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I Simpósio de Nutrição Clínica HC

Hospital das Clínicas promove Simpósio de Nutrição Clínica

Em 27/10/15 13:35.

Profissionais e estudantes de nutrição puderam adquirir conhecimentos sobre estudos recentes na área

Texto: Serena Veloso

Fotos: Camila Caetano

Métodos Inovadores em Avaliação da Composição Corporal foi tema do I Simpósio de Nutrição Clínica do Hospital das Clínicas (HC), promovido nesta terça-feira (27/10) pela Unidade de Nutrição Clínica do Hospital, em parceria com a Faculdade de Nutrição (Fanut) e a Secretaria de Estado da Saúde (SES). A programação do evento, direcionada a estudantes e profissionais da área, foi realizada no auditório da Fanut e teve roda de palestras no período da manhã, com a presença de professores da UFG e de outras universidades.

“Queremos contribuir com a formação profissional dos nossos nutricionistas”, observou a coordenadora geral do evento e chefe da Unidade de Nutrição Clínica do HC, Ana Paula Perillo Ferreira Carvalho, que também lembrou os 40 anos da Faculdade de Nutrição comemorados em 2015. Presente na abertura do simpósio, o superintendente do Hospital das Clínicas, José Garcia Neto, destacou os esforços da Empresa Brasileira de Serviços Públicos Hospitalares (EBSERH), na gestão do HC, para ampliar atuação das graduações na área de saúde dentro do hospital. “Para atender as orientações do Ministério da Educação, que visa melhorar a capacidade dos hospitais universitários federais de eficiência na sua assistência e também de produção acadêmica e de conhecimento, criamos uma Gerência de Ensino e Pesquisa”, explicou o superintendente.

I Simpósio de Nutrição Clínica HC

Auditório da Faculdade de Nutrição estava lotado, com a presença de estudantes de nutrição, profissionais da área, além de professores da casa

Importância do método

Durante a palestra "Avaliação da Composição Corporal: diagnóstico diferencial na prática clínica", a professora da Universidade de Alberta, no Canadá, Carla Prado, destacou a importância de avançar nas discussões sobre métodos de avaliação da composição corporal para a detecção mais contundente de anormalidades nos componentes e massa corporal, além da determinação de condutas clínicas mais adequadas ao paciente. A obesidade e sarcopenia, síndromes causadas por essas anormalidades, foram foco da palestra. De acordo com a professora, a perda da massa muscular é um processo natural ao longo dos anos, o que, contudo, favorece o desenvolvimento da sarcopenia, mas também de outros desfechos clínicos em pacientes com o problema. “Pacientes que têm pouca massa muscular, quer sejam idosos ou pessoas com problemas crônicos, têm uma variedade de problemas como a debilidade física, a maior incidência de quedas, fraturas, fragilidades e também menor tempo de sobrevida”, explicou Carla Prado.

Complica o quadro a combinação da sarcopenia com a obesidade, ou seja, a obesidade sarcopênica, o que vem interferir sobre a diminuição da atividade física, aumento do tecido adiposo e redução da massa magra, além da potencialização dos problemas relacionadas a ambas as síndromes. Carla Prado afirmou que é necessário ter acesso à composição corporal para entender o estado nutricional do paciente, já que somente a avaliação do Índice de Massa Corpórea (IMC) não permite a identificação da sarcopenia em pacientes obesos. “A composição corporal está sendo crucial para decisões de tratamento, expectativa de vida e prognóstico de pacientes e também para determinar qualidade de vida”, ressaltou a professora.

I Simpósio de Nutrição Clínica HC

Carla Prado mostrou pesquisas que estão sendo desenvolvidas na Universidade de Alberta para redução de massa gorda e aumento da massa magra em pacientes obesos

Outras utilizações

Outros métodos estão sendo estudos para a avaliação da composição corporal. Um deles foi apresentado na palestra da professora da Universidade Católica de Pelotas, Maria Cristina González, com o tema "A Ultrassonografia como Método de Avaliação da Composição Corporal em Pacientes Hospitalizados". Segundo ela, atualmente os estudos relacionados à perda de massa muscular no ambiente hospitalar têm se preocupado em específico com pacientes que saem das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e que, em função do estado clínico e internação prolonganda, tem um grau maior de déficit muscular.

 “Hoje em dia trabalha-se muito fazendo uma prevenção da perda da massa muscular em pacientes em terapia intensiva. O que os estudos têm demonstrado é que essa perda de sete a dez dias pode chegar a 17%, dependendo da gravidade da doença”, alertou a professora. Maria Cristina González observou que o ultrassom, aplicado há cerca de 20 anos pelos japoneses e estudado atualmente no Canadá, tem maiores vantagens que a tomografia na avaliação da composição corporal, por ser mais sensível para essa finalidade. Segundo ela, a técnica permite avaliação quantitativa e qualitativa da massa muscular, além de ser portátil, de baixo custo e não exigir o deslocamento do paciente em estado grave para sua realização. Ainda assim, ela afirmou serem necessários mais estudos para aperfeiçoar a padronização do método.

I Simpósio de Nutrição Clínica HC

Palestrante destacou o uso da ultrassom na avaliação da composição corporal como método mais adequado para pacientes em terapia intensiva

Até o final da manhã, outras três palestras, duas ministradas pelos professores da UFG Maria do Rosário Gondim Peixoto e João Felipe Mota sobre suas pesquisas, além da exposição de pôsteres, integraram as atividades do I Simpósio de Nutrição Clínica do Hospital das Clínicas (HC). A programação tem continuidade no período da tarde, com mesa redonda para discutir a aplicabilidade clínica dos métodos de avaliação da composição corporal e premiação de trabalhos.

Fonte: Ascom UFG

Categorias: Última hora Destaque Faculdade de Nutrição

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