Atendimento psicológico a transexuais e travestis é tema de projeto

Texto: Wanessa Olimpio
Fotos: Camila Caetano

Representantes de diversos órgãos da UFG e do Coletivo de Mulheres e Homens Transexuais, Pessoas Travestis e Transgêneras Familiares e Apoiadores da Causa Trans na UFG (TransAções) reuniram-se na manhã desta terça-feira (13/10) no Centro de Saúde Câmpus Samambaia para discutir uma parceria para que o espaço seja utilizado no acompanhamento de pessoas transexuais e Travestis (TT). A proposta é tornar o Centro de Saúde da UFG um modelo piloto para o atendimento médico e psicológico para esta população.

De acordo com a integrante do Coletivo e mestranda em Filosofia na UFG, Ester Sales, o público TT nunca teve atenção adequada por parte sistema de saúde, principalmente na parte de acompanhamento psicológico. Ela lembrou que o encontro foi motivado pelas demandas da população TT, "principalmente dos alunos de graduação e pós-graduação e também, eventualmente, professores e técnico-administrativos". Segundo Ester Sales na UFG há, atualmente, 16 alunos transexuais e travestis.

Parceria

O Centro de Saúde da UFG é fruto de uma parceria entre a Universidade e a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e atende a toda a comunidade acadêmica. Durante a reunião ficou acordado que será feito um contato com o município, que administra o Centro de Saúde, para tratar do possível uso deste espaço no acompanhamento de saúde de pessoas transexuais e travestis, além do atendimento da demanda universitária. O Pró-reitor de Assuntos da Comunidade Acadêmica (Procom), Elson Ferreira, se dispôs a ajudar nas conversas com a Secretaria Municipal de Saúde, já que o Centro de Saúde também é vinculado à Procom. Elson lembrou ainda que o Programa Saudavelmente atua nas áreas de psicologia e psiquiatria e o colocou à disposição.

Projeto TX

O Hospital das Clínicas da UFG desenvolve há 16 anos o Projeto Transexualismo (TX) que atende mulheres e homens transexuais, intrasexuais  e travestis e já realizou cerca de 70 cirurgias genitais. O projeto do Hospital das Clínicas da UFG (HC), um dos quatro do país, se tornou referência nacional e internacional na área. No entanto, a fila de espera, que conta com mais de 200 pacientes, está parada há dois anos e meio.

Segundo a professora da Faculdade de Medicina da UFG e médica do Projeto TX,  Mariluza Terra Silveira, a falta de profissionais dispostos a trabalhar no projeto é um dos maiores empecilhos para a sua ampliação. A representante do Coletivo TransAções reafirmou o valor do TX, "um projeto de extensão e pesquisa que já gerou diversos conhecimentos médicos e cirúrgicos, tanto na área de plástica e ginecologia, como na área de saúde e na psicologia. É preciso divulgar e publicar esses conhecimentos para atrair novos profissionais para o projeto", acrescentou Sales.

Grupo vai discutir parceria com Secretaria Municipal de Saúde