Assistência estudantil é discutida em encontro de pró-reitores
Proposta de criação de política nacional norteia debates que ocorrem até amanhã (23/9) na UFG
Texto: Angélica Queiroz
Fotos: Camila Caetano
Os desafios da assistência estudantil nas universidades brasileiras estão sendo discutidos na UFG durante Encontro Regional do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace), que está sendo realizado nesta terça (22/9) e quarta-feira (23/9), no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal, Câmpus Samambaia.
A abertura do Encontro foi realizada na manhã desta terça-feira e teve o Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) como um dos assuntos centrais. Após a execução do hino nacional brasileiro pela acadêmica Antonilde Rosa, que emocionou a mesa com sua interpretação, o estudante de Ciências Biológicas da UFG e representante da Secretaria Nacional Casas de Estudantes (Sence), Paulo Vitor dos Santos, abriu as falas destacando a importância desse espaço para os estudantes. “Talvez esse seja um momento em que a gente possa sair da utopia e ir para a realidade. Quando temos voz podemos avançar na discussão de uma assistência estudantil de qualidade”, afirmou.
O representante da Sence destacou a necessidade de construir novos restaurantes universitários (RU’s) e casas do estudante, especialmente nas regionais. “Acesso não é sinônimo de permanência”, provocou. Paulo Santos pediu que, durante o Encontro, sejam discutidas políticas de permanência que garantam a qualidade de vida dos estudantes que precisam de assistência.
Representando o Diretório Central dos Estudantes (DCE), o estudante Patrick Kennedy também destacou a importância de se olhar mais para os estudantes das regionais e lembrou que, com os programas de inclusão, o perfil das universidades mudou, aumentando os desafios das mesmas. “Sou filho de empregadas e sou o primeiro da minha família a ingressar em uma universidade federal”, relatou.
Encontro reúne representantes de diversas Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) do Centro-Oeste
Política nacional
Coordenadora Nacional do Fonaprace, Myrian Thereza de Moura Serra, destacou que o Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) trouxe vários avanços para a área, mas que é necessário transformá-lo em lei. Por esse motivo, um dos principais objetivos dos fóruns regionais, que devem levantar discussões a serem levadas para o Fórum Nacional, que ocorre em outubro em Brasília, é elaborar um documento com as demandas específicas da região, para subsidiar a criação de uma política nacional de assistência estudantil. “Esse é o momento de centrar esforços para que possamos caminhar para a aprovação dessa política”, afirmou.
Para Myrian Serra o sucesso acadêmico do estudante está relacionado a uma serie de questões e a necessidade das ações de assistência estudantil foi reconhecida com a criação do Pnaes. No entanto, ela lembrou que mais recursos são necessários para atender às demandas dos estudantes. “Nesse sentido as discussões do Fórum são importantes, pois nos dão mais elementos e argumentos para discutirmos com o Governo Federal a necessidade de apoio para essa área”, explicou.
Pró-Reitor de Assuntos da Comunidade Universitária, Elson Morais, ressaltou que as demandas para assistência estudantil ainda são muitas, mas que é necessário reconhecer os avanços significativos alcançados nos últimos anos. “O perfil da universidade mudou. Claro que temos problemas e que precisamos melhorar, mas é visível o quanto avançamos”, afirmou.
O Pró-reitor lembrou que, apesar do difícil momento financeiro pelo qual atravessam as instituições federais de ensino, foi inaugurado um restaurante universitário em Jataí, o de Catalão aguarda apenas o final da greve para começar a funcionar e a construção do RU de Goiás é prioridade. “Os estudantes têm razão quando reclamam que não conseguimos atender a todas as necessidades. Mas vamos conseguindo aos poucos”, concluiu.
Reitor da UFG, Orlando Amaral, lembrou que, no passado, os fundos para a assistência estudantil vinham das taxas de matrícula, pois não havia outros recursos para a área. “Felizmente mudamos de patamar”, afirmou. Segundo Orlando Amaral, o recurso que as universidades recebem para assistência é bastante significativo dentro de seus orçamentos e a prioridade adotada pela UFG foi ampliar o programa de bolsas. O reitor destacou ainda que a participação dos estudantes é fundamental para essa discussão.
Pró-reitor lembrou dificuldades e ressaltou avanços na assistência estudantil
A programação do Fonaprace continua. Clique aqui e confira os detalhes.
Source: Ascom UFG
Catégories: Última hora Fórum
