Pró-reitores fazem panorama de ações afirmativas na Universidade
Discussão deve nortear grupos de trabalho durante fórum
Texto: Angélica Queiroz
Fotos: Carlos Siqueira
Pró-reitor de Graduação, Luiz Mello; Pró-reitor de Pós-graduação, José Alexandre Diniz; Pró-reitora de Pesquisa e Inovação, Maria Clorinda Fioravanti; Pró-reitora de Extensão e Cultura, Giselle Otoni; e Pró-reitor de Assuntos da Comunidade Universitária, Elson Morais, se reuniram na manhã desta quinta-feira (27/8), durante I Fórum de Ações Afirmativas da UFG, para discutir os rumos das políticas de ações afirmativas na Universidade, pontuando o que já foi feito e apresentando novas propostas. A mesa deve balizar as discussões em grupos de trabalho focados em ensino, extensão e permanência, que estão sendo realizados durante essa tarde no Centro de Eventos.
Permanência e Extensão
Elson Morais comemorou os resultados já alcançados pelos programas implantados na Universidade. “Os estudantes que estão hoje na UFG são, finalmente, aqueles que deveriam estar aqui”, comentou, fazendo referência aos antigos vestibulares concorridos, que limitavam o acesso à universidade. Ele destacou os esforços de sua pró-reitoria para garantir, principalmente, a permanência e citou conquistas que ele considera importantes, como o Programa Saudavelmente e o Centro de Saúde do Câmpus Samambaia, além das bolsas assistenciais. Elson Morais lembrou que os recursos para a assistência estudantil não foram cortados e que, ainda assim, é preciso buscar novos, porque há muito ainda a ser feito.
Giselle Otoni fez um panorama das ações afirmativas na extensão que, segundo ela, trabalha com inclusão, fazendo com que muitas ações acabem se entrelaçando com as ações afirmativas. A Pró-reitora sugeriu que a UFG discuta programas específicos para destinar bolsas àqueles projetos que tem as ações afirmativas norteando suas ações, como, segundo ela, já acontece em outras universidades.
Pesquisa e Pós-graduação
Maria Clorinda Fioravanti lembrou que é preciso haver um trabalho de convencimento sobre a importância de se fazer pesquisa com esse tema, garantindo assim, a autonomia do pesquisador. Clorinda destacou que a aprovação das cotas na pós-graduação deve contribuir para a inclusão do assunto na pesquisa, porque as duas áreas caminham juntas. Além disso, a Pró-reitora defendeu a necessidade de se buscar editais específicos. “Precisamos estar preparados para perceber os nichos onde esse tipo de estudo possa florescer”, concluiu.
José Alexandre Diniz destacou o protagonismo da UFG com a aprovação das cotas na pós-graduação. Para ele, a Universidade precisa corrigir falha na organização de seus dados para possibilitar um balanço do resultado da implantação dessa e de outras políticas. “Assim poderemos fazer uma gestão baseada em evidências”, explicou.
Graduação e novos desafios
Luiz Mello destacou o privilégio que é trabalhar com uma equipe plural como a da atual gestão, o que possibilita um debate de qualidade. “A gente entra em consenso e trabalha junto, tendo um espaço de interlocução muitíssimo maior”, relatou. Para o pró-reitor, os movimentos de resistência aos direitos das minorias que assistimos diariamente em todo o país só provam o quanto o Brasil está avançando. “São grupos resistindo à perda de privilégios”, explicou. O Pró-reitor de Graduação ressaltou a importância da implantação do programa de apoio acadêmico, para auxiliar os estudantes que ingressam com dificuldades básicas na universidade, e fez outras provocações, como a de se pensar em um sistema de cotas no Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (Cepae) e a possibilidade de ampliar as ações afirmativas para outros grupos além dos já contemplados com as políticas atuais, como os refugiados. "O mundo mudou, mas ainda não mudou o suficiente”, concluiu
Direitos dos homossexuais e transgêneros, nome social, incorporação de saberes indígenas na matriz curricular, ingresso no Cepae, machismo, uso dos banheiros e interlocução com a sociedade civil também estiveram entre os assuntos abordados durante o diálogo com a comunidade acadêmica. Ao final, foi apontada a necessidade de se fazer um mapeamento detalhado na Universidade para conhecer a realidade de fato das ações afirmativas e poder basear novas propostas.

Pró-reitorias reafirmaram trabalho conjunto para promover acesso e permanência na Universidade
Source: Ascom UFG
Categories: Coordenadoria de Ações Afirmativas Última hora
