Conselho Gestor da Regional Catalão discute situação da UFG

Texto: Serena Veloso
Fotos: Carlos Siqueira

Os impactos dos ajustes fiscais no orçamento de 2015 da UFG foram foco das discussões da reunião do Conselho Gestor da Regional Catalão, presidida pelo reitor da UFG, Orlando Amaral, e pelo diretor da Regional Catalão, Thiago Jabur, na última quinta-feira (13/8). Professores, técnico-administrativos e estudantes puderam esclarecer dúvidas e questionar a gestão sobre os setores que sofreram interferências dos cortes de recursos e a maneira como têm afetado nas atividades cotidianas da universidade.

O reitor Orlando Amaral trouxe inicialmente um panorama do crescimento da UFG nos últimos anos com o Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e do planejamento quanto às despesas para a manutenção da expansão. De acordo com o reitor, foram reservados, durante o projeto de ampliação da universidade, 13,6 milhões de reais para complementar o orçamento e garantir a continuidade do processo, valor esse que não foi atualizado pelo Ministério da Educação (MEC) nos últimos anos, o que veio a interferir na falta de recursos para que a universidade honrasse seus compromissos até o fim do ano.

Reitor da UFG discutiu com a comunidade universitária a situação da universidade em 2015

Além desse, outros fatores como o corte dos recursos para a UFG, o aumento das tarifas das contas de água, energia elétrica e salários reduziram a verba para o pagamento das dívidas da universidade, algumas delas ainda não quitadas desde o final de 2014. “No ano passado a Reitoria tomou a decisão de minimizar ao máximo os impactos sobre as atividades do dia a dia da universidade. Neste ano, vocês já estão sentindo esses efeitos”, comentou o reitor sobre os cortes em gastos básicos e restrição de diárias e passagens para eventos.

Segundo Orlando Amaral, os reitores das universidades federais, junto com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), têm discutido constantemente junto ao MEC sobre as dificuldades enfrentadas em 2015 e possibilidade de atualização dos recursos. De acordo com ele, passará pelo congresso na semana que vem a proposta de reajuste em 10% do orçamento das universidades para 2016. Além disso, destacou o compromisso da Secretaria de Educação Superior do MEC em contribuir para que a UFG possa quitar suas dívidas até o final do ano.

Debate

A presidente da Associação de Docentes do Campus de Catalão, Fernanda Belo, questionou o reitor sobre a situação da universidade diante dos cortes e sobre demandas da Regional, como a distribuição de vagas de professores entre as regionais e ampliação do número de docentes e de técnico-administrativos da Regional e investimentos em instalações.

Comando de greve dos professores solicitou informações sobre distribuição dos orçamentos e impactos efetivos nos cortes de recursos da universidade

Orlando Amaral destacou que a distribuição de vagas para docentes é feita de acordo com o surgimento de novos cursos e que UFG está atualmente entre as universidades cuja a relação entre número de professores e número de alunos está melhor do que a média nacional, com um professor para cada dez alunos, fator que se deve à ampliação da infraestrutura e quadro docente durante a expansão do Reuni. No entanto, em relação a quadro de técnico-administrativos reconheceu que a ampliação da universidade não contemplou a contratação de novos profissionais, o que acarretou no aumento de contratos terceirizados. “Junto à Andifes estamos fazendo um levantamento nacional para mostrar ao Ministério da Educação que precisamos redistribuir e realocar o quadro de técnicos”, afirmou o reitor, sobre os esforços da gestão.

Pós-graduação e assistência estudantil

Outros pontos discutidos por professores e estudantes foram os cortes nos recursos para a pós-graduação anunciados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e para a assistência estudantil, além da necessidade de reajuste do valor das bolsas de alimentação e moradia na Regional. O reitor da UFG esclareceu que houve corte de custeio pela Capes de 10%, mas que esse corte não afetou as bolsas da pós-graduação, que foram preservadas. O valor então incidiu em 75% sobre o repasse do Programa de Apoio à Pós-Graduação, destinado à manutenção de algumas atividades da área, como diárias e viagens para convite de pesquisadores para bancas de qualificação e defesa. Para o reitor, diante deste cenário é necessário repensar as atividades da pós-graduação, com algumas medidas econômicas, como a realização de videoconferências nas bancas de trabalhos.

Movimento estudantil encaminhou reivindicações para assistência estudantil

Já em relação à assistência estudantil, houve uma redução na verba do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES). Segundo o reitor, foram preservadas as bolsas de assistência estudantil, mas o corte impactou sobre os investimentos em algumas obras para a Regional, como a Casa do Estudante e o Restaurante Universitário. Contudo, destacou que a gestão priorizou em 2015 a construção do Centro de Convivência, projeto que está em licitação. "Infelizmente o corte tem sido sentido. O cenário não nos permite realizar algumas obras" salientou o diretor da Regional Catalão, Thiago Jabur. Para ele, é necessário rever a matriz do PNAES para a distribuição entre as regionais, levando em conta não só o tamanho de cada uma como critério, mas as especificidades e distorções das comunidades universitárias e estruturas.

Sobre o valor das bolsas, o reitor enfatizou que a discussão poderá ser feita durante o planejamento do orçamento de 2016 do PNAES, mas que a mudança poderá interferir sobre a quantidade de bolsas a serem disponibilizadas. “O Fórum de Pró-reitores de Assistência Estudantil está lutando para aumentar o valor destinado para o PNAES”, pontuou.