
Pesquisadores debatem a Atenção Primária à Saúde
Atividade, que faz parte da programação do 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, teve a presença da pesquisadora belga Sara Willems
Texto: Lorena Sousa
Fotos: Adriana Silva
A Atenção Primária à Saúde em países da Europa e da América do Sul foi apresentada em perspectiva comparada durante mesa-redonda nesta quarta-feira, (29/7). A atividade fez parte da programação do 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão), realizado na UFG. Sob a coordenação de Luiz Augusto Facchini, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, a mesa reuniu os expositores Sara Willems, pesquisadora da Ghent University, Ligia Giovanella, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Gerardo Alfaro, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Para o coordenador da mesa, Luiz Augusto Facchini, a temática se destaca particularmente nesse momento, já que a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) têm discutido estratégias de cobertura universal de saúde para as populações. “Queremos debater sobre quais são essas estratégias, os modelos e as alternativas para alcançar o acesso da população a um serviço de qualidade no nosso país e no mundo”, afirmou.
Mesa-redonda recebeu participantes para comparativo de experiências voltadas para a Atenção Primária à Saúde
Europa
Sara Willems apresentou as características da Atenção Primária à Saúde em diversos países europeus, especialmente no que diz respeito à equidade de acesso. A palestrante trouxe dados de dois estudos realizados na Europa, comparando-os com estudos norte-americanos. Os resultados das pesquisas apontaram que, quanto mais forte é o sistema de atenção primária do país, melhor é a saúde geral da população.
A pesquisadora falou ainda sobre a importância da atenção primária na promoção da equidade nos sistemas de saúde. Segundo Willems, um sistema equitativo não oferece a todos um atendimento igual, mas presta uma atenção diferenciada dependendo da necessidade de cada paciente. Outras conclusões da pesquisa dizem respeito à dificuldade de acesso à saúde nas regiões rurais dos países europeus, à discriminação vivida por pacientes de baixa renda e às diferenças observadas na comunicação médico-paciente, baseada no status do individuo.
Sara Willems destacou a importância da promoção da equidade nos sistemas de saúde
América do Sul
Sobre a perspectiva sul-americana, a pesquisadora Ligia Giovanella, da Fiocruz expôs conclusões de estudos realizados nos doze países pelo Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (ISAGS), entre novembro de 2013 e abril de 2014. Os resultados apontam para a gratuidade como ponto em comum, além da insuficiência qualitativa e quantitativa de profissionais. O Brasil, por exemplo, possui 1,9 médicos para cada mil habitantes, número considerado insatisfatório. Ambas as pesquisadoras apontaram para a necessidade de mais preparo e especialização em Atenção Primária à Saúde na formação de novos médicos.
Ligia Giovanella apresentou conclusões de estudos realizados nos doze países
Ao final, Gerardo Alfaro fez apontamentos e afirmou que os países que têm a saúde como direito garantido e procuram desenvolver sistemas universais, em geral são mais eficientes. Após a fala de Alfaro, o debate foi aberto a perguntas do público.
Fonte: Ascom UFG
Categorias: Abrascão Saúde Última hora