Autoridades da saúde participam da abertura do 11º Abrascão

Texto: Serena Veloso
Fotos: Carlos Siqueira

Estudantes, professores, pesquisadores, profissionais da saúde e representantes de entidades e instituições da área movimentaram o Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal, no Câmpus Samambaia da UFG, na noite desta terça-feira (27/7), para conferir a abertura do 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão). Pela primeira vez realizado em uma capital fora do litoral do país, o evento deu início às suas atividades com programação diversa voltada ao tema: Saúde, Desenvolvimento e Democracia: o desafio do SUS universal. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, participaram da solenidade de abertura junto a diversas autoridades do poder público.

O organizador do evento em Goiânia e professor do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da UFG, Elias Rassi Neto, recebeu os participantes e aproveitou para destacar a necessidade do envolvimento popular para superação dos desafios impostos pela atual conjuntura política, econômica e social do país, a qual, segundo ele, tem inviabilizado a existência de ferramentas eficazes para a gestão da área de saúde.

Ministro da Saúde, Arthur Chioro, pontuou as principais necessidades de avanço para garantir o direito universal à saúde no Brasil

Com elogios à temática do congresso, o Ministro da Saúde, Arthur Chioro, declarou que um dos compromissos do Governo Federal é estabelecer a saúde como um direito de todos, por meio da universalização ao acesso, tal qual preconiza o Sistema Único de Saúde (SUS). “Espero que a Abrasco renove o compromisso de se constituir um campo essencial para a afirmação da saúde como direito, que ajudará a demarcar as diretrizes essenciais para a construção do Plano Nacional de Saúde”, afirmou e agradeceu o apoio do representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) no Brasil, Joaquim Molina, também presente na cerimônia, na defesa do SUS universal.

Para o ministro, alguns fatores são decisivos para enfrentar o atual quadro da saúde no país. Entre eles, a reafirmação da atenção à saúde, com a ampliação do número de profissionais, que, segundo ele, já tem sido feito pelo Programa Mais Médicos que incluiu mais de 18 mil profissionais nas equipes de saúde da família, alcançando mais de 135 milhões de brasileiros na atenção básica, o rompimento do modelo de saúde centralizado no médico, aumento do número de unidades de saúde e definição das necessidades de formação acadêmica em regiões onde há carência de profissionais do SUS. Chioro comentou ainda que é necessário discutir a promoção da vigilância em saúde, a assistência farmacêutica gratuita e a inovação no SUS e o modelo de financiamento da saúde.

Prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, esteve presente na solenidade e falou sobre os esforços da gestão para a democratização do acesso aos serviços de saúde

Cenário da saúde

O presidente da Abrasco, Luis Eugenio, comentou o retrocesso do cenário da saúde atual, cercado pela mercantilização e terceirização da prestação de serviços, com a abertura ao capital estrangeiro, políticas de reajustes e projetos que se interpõem à proposta de universalidade da saúde. Entretanto, contrariamente, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, considerou que o país viveu nas últimas décadas grandes avanços nas políticas de saúde, o que tem se evidenciado em indicadores como o aumento da longevidade da população e redução da mortalidade.

"Uma grande parte da humanidade permanece à margem do alcance de qualquer política pública de saúde", comentou Aldo Rebelo sobre o desenvolvimento da saúde à nível mundial

Em relação à assistência farmacêutica no país, Rebelo ressaltou os investimentos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação junto ao Ministério da Saúde e outras instituições para “a produção de fármacos, de medicamentos e equipamentos que deem ao Brasil não apenas capacidade, mas também soberania, independência científica e tecnológica para proteger a saúde de sua população”.

Para o reitor da UFG, Orlando Amaral, essas mudanças estão relacionadas aos investimentos federais em diversos programas, não só para a área da saúde como também para a educação. No entanto, afirmou que é preciso superar a crise atual para retomar os avanços. “O volume de recursos necessários para a oferta de saúde e educação de qualidade é extremamente alto e envolve comprometimento de parcelas significativas do governo federal, dos estados e municípios”, pontuou.

Antes da cerimônia de abertura, a entrada do Centro de Cultura e Eventos da UFG foi tomada pelos congressistas, que foram conferir a apresentação cultural do bloco de percussão Coró de Pau

Ao final da cerimônia, um palco montado na área externa recebeu a cantora goiana Maira para uma apresentação. A programação do 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva continua até o dia 1º de agosto, com atividades espalhadas nas diversas unidades acadêmicas do Câmpus Samambaia da Regional Goiânia.

Confira a programação.

Confira mais fotos da abertura.