Equipe da Reitoria se reúne com estudantes indígenas para discutir demandas

Texto: Serena Veloso
Fotos: Camila Caetano

O reitor da UFG, Orlando Amaral, o vice-reitor, Manoel Chaves, e o pró-reitor de Graduação, Luiz Mello, receberam na manhã desta segunda-feira (27/07), a visita de estudantes do curso de Educação Intercultural Indígena. Durante o encontro, que ocorreu no Gabinete da Reitoria, foram discutidas reivindicações para a melhoria da qualidade do ensino e condições de permanência dos alunos.

O estudante e conselheiro representante dos povos Xerente, Adão Wdêrêhu, reivindicou que a Universidade encaminhe ao MEC solicitação para que não haja interrupção no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência para a Diversidade (Pibid-Diversidade) para os estudantes que ingressaram em 2015. O grupo apresentou ainda a urgência na complementação dos recursos para custeio de despesas durante as aulas, além do que já é garantido a todos estudantes pelo auxílio permanência, incluindo alojamento e alimentação. Os estudantes também solicitaram a construção de um espaço para hospedá-los nos meses de janeiro, fevereiro, julho e agosto, quando realizam atividades na UFG.

Ao ouvir as reivindicações, a Reitoria se comprometeu a analisar as possibilidades, junto à Pró-reitoria de Assuntos da Comunidade Universitária (Procom) e à Pró-reitoria de Administração e Finanças (Proad), de ampliar a cobertura do auxílio-alimentação e, até o início da próxima etapa do curso, em janeiro de 2016, de locação de espaços de forma a minimizar os problemas de alojamento dos estudantes indígenas.

A Reitoria também informou que a gestão analisará a possibilidade de implementar a instalação de aparelhos de ar condicionado e internet sem fio no Núcleo Takinahaky o mais breve possível. “Queremos que os estudantes tenham as melhores condições possíveis para frequentar a universidade. A presença de vocês demonstra o processo de inclusão que a UFG tem realizado nos últimos anos”, declarou Orlando Amaral.

Reitor e vice-reitor da UFG informaram que irão avaliar estratégias para atender as demandas dos estudantes

O pró-reitor de Graduação, Luiz Mello, explicou que houve um corte de recursos na manutenção das bolsas Pibid em todas as universidades do país e não só na UFG, e que por isso, não seria possível, nesse momento, o aumento no quantitativo de bolsas. No entanto, sugeriu que a reivindicação seja oficializada à Reitoria, por meio de documento elaborado pela coordenação do curso, para então ser encaminhado ao Ministério da Educação (MEC).

Orlando Amaral também lembrou as dificuldades enfrentadas pela Universidade em 2015, com os cortes orçamentários, o que tem inviabilizado o encaminhamento de uma proposta de construção de um prédio para acolher os alunos indígenas. Entretanto, afirmou que irá solicitar ao Centro de Gestão do Espaço Físico (Cegef) da UFG a elaboração de um projeto que possa, quando as condições orçamentárias assim o permitirem, ser licitado e executado para atender as demandas apresentadas. De acordo com o vice-reitor da UFG, Manoel Chaves, o local funcionaria não somente para o acolhimento dos estudantes indígenas, mas para resolver as necessidades de alojamento da universidade como um todo, se tornando um espaço para abrigar a diversidade.

Na reunião, os estudantes também afirmaram que consideram insuficiente o número de professores do curso. Na avaliação dos estudantes, durante a etapa em que cursam as matrizes específicas, o tempo dedicado pelos professores às atividades de orientação não é adequado para atender as demandas dos alunos. O reitor da Universidade afirmou que avaliará com a coordenação do curso a necessidade de aumento do quadro docente. Informou também que a Universidade não possui vagas disponíveis e qualquer demanda de acréscimo no número de professores deve ser encaminhada ao MEC.

Entrada da reitoria foi palco de manifestação cultural dos estudantes indígenas