Começa sétima edição da Semana da África na UFG
Evento, que tem programação até sábado, busca ampliar informações sobre o continente africano e estreitar laços entre estudantes
Texto: Roseneide Ramalho
Fotos: Carlos Siqueira
Com o objetivo de valorizar a diversidade do patrimônio cultural e artístico do continente africano, a UFG lançou na última segunda-feira, 26/05, a sétima edição da Semana da África. A abertura oficial do evento, que tem programação até o próximo dia 30, foi realizada pelo reitor da UFG, Orlando Amaral, em solenidade que ocorreu no Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa), no Câmpus Samambaia. Professores e estudantes de graduação e pós-graduação africanos e brasileiros integram a iniciativa que atua para ampliar as informações sobre a África entre a comunidade acadêmica e sociedade. Atualmente, a UFG possui 45 estudantes africanos regulares.
A abertura teve apresentação cultural do coral Vox D’África que apresentou o Hino Panafricano. Em seguida foi composta mesa de abertura que, além do reitor, teve a presença dos pró-reitores de Graduação, Luiz Melo, de Assuntos Comunitários, Elson Ferreira de Morais, e de Extensão e Cultura, Gisele Ferreira e da diretora do Iesa, Celene Barreira. Neste ano, a Semana da África aborda o tema Educação em África: práticas e desafios. A programação do evento é composta por mesas-redondas, roda de conversa, oficinas, campeonato de futebol e atividades culturais. A Semana da África é realizada em celebração ao Dia da África, celebrado em 25 de maio.
O reitor da UFG, Orlando Amaral, destacou os avanços na cooperação internacional e na internacionalização da Universidade nos últimos anos. “Temos hoje cerca de 500 estudantes brasileiros de graduação no exterior e cerca de 100 estudantes estrangeiros na UFG, sendo a maior parte deles africanos”, afirmou. O Reitor valorizou os ganhos obtidos com a mobilidade estudantil e as semelhanças entre o Brasil e o continente africano. “Faz toda a diferença estudar em outro país, ter contato com uma cultura diferenciada e praticar outra língua. Ao mesmo tempo, não é fácil ser estrangeiro, mas penso que para os estudantes africanos no Brasil talvez seja mais fácil, afinal, temos a África na origem desse país”, destacou.
Mesa de abertura da sétima Semana da África na UFG. Evento busca estreitar laços e valorizar continente africano
Para o pró-reitor de graduação, Luiz Melo, o evento cresceu em dinamismo com a adesão de mais participantes e a inclusão de unidades acadêmicas. Segundo Melo, o tema da Semana da África da UFG em 2015 é oportuno diante dos desafios da educação na perspectiva inclusiva. “Temos grandes desafios, entre eles, a obrigatoriedade de ofertar a disciplina de relações étnico-raciais”, declarou. O pró-reitor também valorizou ações institucionais como o curso de Licenciatura em Ciências Biológicas organizado pela UFG em Moçambique e a instituição do sistema de cotas raciais para a pós-graduação.
Semana da África
Criada em 2009, pela iniciativa de estudantes africanos, a Semana da África ocorre anualmente na UFG e tem se consolidado como um espaço de esclarecimento sobre o continente. Segundo Nigel Bandeira Dias, que preside a organização do evento neste ano, um dos objetivos é desconstruir a noção, muitas vezes reforçada pelos meios de comunicação, de que a África é um país e não um continente. Ao ressaltar a riqueza cultural e artística africana, o estudante defendeu a reconstrução da imagem do continente, que não deve ser apenas baseada na exposição de precariedades e belezas naturais. “Gostaríamos que falassem da África por aquilo que tanto nos orgulhamos”, destacou.
Presidente do evento na UFG, Nigel Bandeira Dias, destacou objetivo de desconstruir noções equivocadas sobre o continente
Mesa-redonda
A primeira atividade na programação do evento foi a realização de mesa-redonda para discussão do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) e do Programa de Estudantes-Convênio de Pós-Graduação (PEC-PG) que oferecem oportunidades de formação superior a cidadãos de países em desenvolvimento com os quais o Brasil mantém acordos educacionais e culturais.
Com mediação do professor Alex Ratts, participaram da discussão o coordenador do PEC-G na UFG, Jean Baptista, e os estudantes Morgan Tshipamba Nganga Mayoyi, nacional do Congo, e Albertino Lopes Mendes, nacional de Cabo Verde, representando os programas PEC-G e PEC-PG, respectivamente. Para Baptista, a tradição e representatividade do programa na universidade “é um dos convênios mais antigos da UFG, com mais de 50 anos. Quando falamos em PEC-G, falamos muito mais da possibilidade do brasileiro de saber sobre a África”.
Primeira atividade do evento promoveu debate sobre programas de convênios que oferecem oportunidade de formação superior a estudantes estrangeiros
资源: Ascom/UFG
