UFG e Secretaria Estadual de Saúde assinam acordo para rastreamento do câncer de mama

Texto: Serena Veloso

Foto: Carlos Siqueira

Estratégias estão sendo traçadas entre UFG e Secretaria Estadual de Saúde (SES) para o combater o câncer de mama no Estado de Goiás, segunda doença mais frequente entre mulheres em todo o país. Dentre as ações, foi concretizada na manhã desta quinta-feira, 14/05, a assinatura de um termo de cooperação para formalização de convênio no âmbito do ensino, pesquisa e extensão voltado para a prevenção e detecção precoce do câncer de mama. A assinatura do protocolo ocorreu durante as atividades do Goiânia Breast Cancer Symposium, promovido pelo Programa de Mastologia do Hospital das Clínicas (HC) da UFG e pela Associação de Portadores de Câncer de Mama (Apcam), no Castro’s Park Hotel.

Rosemar Macedo, mastologista e professora da UFG, coordenou as discussões e trouxe um histórico sobre a implantação do Programa de Mastologia e conquistas do serviço ao longo dos anos

O reitor da UFG, Orlando Amaral, e o secretário Estadual de Saúde, Leonardo Vilela estiveram presentes na ocasião, em que foram discutidas as formas de atuação a partir dessa articulação. Também foi oficializado o repasse de R$ 2,2 milhões de reais da Fundação de Apoio à Pesquisa no Estado de Goiás (Fapeg) para realização do projeto. “Esses recursos possibilitaram que a universidade conseguisse equipar o novo prédio da Mastologia para melhorar o atendimento, que já é de excelência”, agradeceu o reitor da UFG e destacou o papel das instituições parceiras da iniciativa pública e privada para o fortalecimento da ação social.

Prevenção e capacitação

De acordo com a professora e mastologista do Programa de Mastologia do HC, Rosemar Macedo, a realidade do câncer de mama em Goiás ainda é alarmante. Atualmente os serviços de saúde pública e particular dispõem de 152 mamógrafos, o suficiente para atender a população, sendo eles distribuídos por todas as regiões e com poucas áreas de difícil acesso ao equipamento. No entanto, a situação de atendimento aos pacientes é outra. “Mesmo tendo suficiência mamográfica, a cobertura é ainda pequena. Como fazer esse mamógrafo ter real aproveitamento?”, questionou Rosemar Macedo.

Além disso, foi avaliado a partir de um projeto de extensão da UFG realizado nas diversas regiões de Goiás que os profissionais de saúde ainda têm desconhecimento dos fatores de risco, sinais e sintomas e as orientações sobre a prevenção da doença. A partir do protocolo, a intenção é estruturar ações com o objetivo de capacitar os profissionais de saúde e técnicos em mamógrafos para atuarem na prevenção, incentivarem à realização da mamografia com qualidade – o que inclui a redução à exposição em altas dosagens da radiação do equipamento – e serem orientados sobre o fluxo de encaminhamento dos paciente.

Beatriz Maciel Luz, representante do Ministério da Saúde, destacou que o projeto da UFG com a SES para capacitação dos profissionais da atenção básica pode ser incluído no Programa de Apoio à Atenção Oncológica do Estado

As Secretarias Municipal e Estadual de Saúde se mostraram dispostas a desenvolver as ações de capacitação conjuntamente com a UFG. Para esse ano, a SES está programando uma série de atividades de formação com profissionais das unidades de saúde a partir dos diversos indicadores de saúde como parte da estratégia de planificação da atenção primária à saúde. “Nós vamos fazer um trabalho de capacitação que não é mais fragmentado, mas simultâneo, envolvendo desde o porteiro da unidade de saúde até o médico”, explica a Superintendente de Políticas de Atenção Integrada à Saúde da SES, Evanilde Fernandes Costa Gomide.

Cobertura mamográfica

Também é meta o aumento da cobertura mamográfica e o estabelecimento de um fluxo para condução de pacientes ao HC de todo o estado que possuírem lesão mamária não palpável para realização da mamotomia. Em Goiás, o Hospital das Clínicas é um dos poucos na rede pública a realizar o procedimento, que substitui a cirurgia invasiva para biopsia. O equipamento foi adquirido por meio de uma parceria com o Ministério Público.

Número de mamografias no Estado de Goiás ainda é preocupante: a cobertura mamográfica é de apenas 14%, alertou o coordenador do Programa de Mastologia, Ruffo de Freitas

Participaram também da reunião representantes do Ministério da Saúde, Fapeg, Instituto Avon, Sociedade Brasileira de Mastologia e Colégio Brasileiro de Radiologia.