seminário mulheres do campo

Agro Centro-Oeste traz debate sobre dificuldades das produtoras rurais

在 14/05/15 18:28 上。

Divisão sexual do trabalho, falta de políticas públicas e a consequente desvalorização das trabalhadoras são apontados como principais empecilhos para a atividade

Texto: Anna Carolina Ramos

Fotos: Carlos Siqueira

 

O Espaço das mulheres na produção rural foi tema de debate durante programação da Feira Agro Centro-Oeste. Na tarde desta quinta-feira, 14/05, a consultora do Programa de Organização Produtiva de Mulheres Rurais, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Raquel Viana, e o assistente técnico da Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário em Goiás (DFDA), João Bertolino, debateram situação das trabalhadoras rurais no Brasil. A discussão, mediada pela diretora da área de mulheres da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás (Fetaeg), Sandra Alves, aconteceu durante o Seminário Mulheres Rurais e Sucessão Rural, no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal, Câmpus Samambaia.

Abrindo o debate, Sandra Alves agradeceu a presença dos convidados e destacou a importância do seminário para o fortalecimento da autonomia econômica e produtiva das mulheres rurais. “Apesar de muitos grupos rurais serem compostos por homens e mulheres, alguns têm como integrantes apenas mulheres. No entanto, esses grupos não têm a articulação necessária para a garantia de seus direitos”, enfatizou.

Para os debatedores, a divisão sexual do trabalho, a falta de políticas públicas e a consequente desvalorização das trabalhadoras são as principais dificuldades encontradas pelas produtoras rurais no desempenho de suas atividades. Rachel Viana defendeu que a divisão sexual do trabalho entre homens e mulheres tem repercussões drásticas na vida das trabalhadoras do campo. Para ela, com a separação entre o trabalho produtivo para os homens e o reprodutivo para as mulheres, uma hierarquia é formada e as trabalhadoras passam a ser desvalorizadas.

Segundo Rachel Viana, a base das desigualdades de gênero se reflete no campo. “Tanto na sociedade quanto no Estado, a invisibilidade do trabalho das mulheres tem como consequência a limitação do espaço de fala. Assim, as trabalhadoras acabam não sendo reconhecidas como produtoras rurais”, defendeu.

Em seguida, a consultora apresentou algumas ações do MDA para minimizar as dificuldades causadas pela divisão do trabalho. Rachel Viana falou sobre o Pronaf Mulher, que é uma linha de crédito específica para as trabalhadoras rurais e o Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural, que auxilia o acesso à documentação básica, pelas produtoras rurais.

 

Espaço das mulheres na produção rural

Rachel Viana apresentou políticas do MDA para auxiliar as produtoras rurais

 

Durante o debate, João Bertolino defendeu a importância da agricultura familiar para a sociedade: “Quando pensamos em agricultura, nos vem a imagem de vastos campos monocultores, no entanto, o agronegócio visa apenas a exploração da terra, enquanto a agricultura familiar possui uma diferença crucial: a produção de variedades pela família”. Assim, o assistente técnico destacou o papel desempenhado pelas mulheres na produção rural, que segundo ele, ainda é pouco valorizado.

 

Espaço das mulheres na produção rural

João Bertolino defendeu a importância da agricultura familiar para o Brasil

资源: Ascom UFG

类别: Mulheres no campo produtora rural agricultura familiar Agro Centro-Oeste Última hora Destaque