Consuni adia votação sobre adesão do HC à Ebserh
Reunião no dia 5 de dezembro voltará a discutir o assunto
Angélica Queiroz
Fotos: Carlos Siqueira
Com o auditório da Biblioteca Central do Câmpus Samambaia lotado e em meio a aplausos, gritos, cartazes e muitas vaias, o Conselho Universitário (Consuni) da UFG se reuniu pela segunda vez, na última sexta-feira (21/11), para votar a proposta de adesão do Hospital das Clínicas (HC) à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Após longo debate, com votação acirrada, a maioria do conselho - 23 votos contra 21 – se julgou esclarecida para votar a proposta. Mesmo assim, após protestos, o reitor da UFG, Orlando Amaral, precisou suspender a reunião. O assunto será rediscutido no dia 05/12.

Consuni retomará discussão sobre adesão do HC à Ebserh no dia 05/12
O tema vem gerando discórdia entre os que apoiam a adesão e os que são radicalmente contra. Enquanto a diretoria do HC acredita que a assinatura é a única saída para não fechar o hospital, o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições de Ensino Superior do Estado de Goiás (Sint-Ifes/GO) protesta e mobiliza grupos para irem às reuniões manifestar contrariamente à assinatura.
Por conta dos ânimos alterados, em vários momentos, Orlando Amaral, que presidia a reunião, precisou pedir ordem e respeito. Ainda assim, a tarde foi tumultuada e muitos conselheiros tiveram dificuldades para falar. Vários não se sentiram confortáveis, destacaram que não houve tempo hábil para discussão e pediram novo prazo para o debate. Entre as sugestões apresentadas estão ainda a realização de um plebiscito, o adiamento da votação para o próximo ano e a formação de uma comissão para definir uma metodologia para amplo debate.

Reitor da UFG, Orlando Amaral, precisou pedir ordem e respeito durante o Consuni
Opiniões divergentes tumultuaram reunião
Na ocasião, a diretora do Sint-Ifes, Fátima Reis, entregou ao reitor um abaixo-assinado com 2.790 assinaturas pedindo a suspensão da votação da Ebserh. “Nossa defesa é a de um hospital-escola e não de uma empresa de prestação de serviços hospitalares”, afirmou. Segundo ela, o Sindicato nunca conseguiu debater a questão com os chefes do HC e ainda existem muitas dúvidas sobre o contrato.
Já para o conselheiro Antônio Tavares Dias Lage, a Ebserh será, no futuro, motivo de luto para o Brasil. “A terceirização não tem fim. Quem conhece a Ebserh não apoia a adesão e quem não conhece está sendo enganado”, afirmou, sob aplausos e gritos do grupo organizado contrário à assinatura.
O diretor do HC, José Garcia, voltou a dizer que o hospital vive um momento de crise e precisa da Ebserh para não fechar as portas. “Não defendo a Ebserh, defendo o HC. Preciso de uma saída e essa é a que nos foi apresentada pelo Estado Brasileiro, que é quem nos financia", declarou.
Orlando Amaral também manifestou sua opinião favorável à assinatura. Segundo ele, que esteve em reunião com os gerentes do HC, todos eles foram unânimes em dizer que a atual situação é insustentável. “Eles pediram socorro à UFG e a esse Conselho. Não vejo outra alternativa que não seja a Ebserh”, afirmou.
A conselheira e diretora da Faculdade de Enfermagem (FEN) da UFG, Virgínia Visconde Brasil, pediu agilidade na votação. Segundo ela, quando o assunto mexe com vidas, não é possível ficar jogando para frente. “Não podemos perder tempo. O HC grita por socorro e precisamos de uma solução rápida. Então vamos caminhar. Essa discussão tumultuada não ajuda em nada. Devemos discutir de maneira produtiva”, destacou.
Source: Ascom UFG
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