Audiência pública discute nova proposta para horários de aula na UFG

Texto e Fotos: Serena Veloso

A comissão constituída por membros do Conselho Universitário (Consuni) para a nova padronização dos horários de aula dos cursos de graduação da UFG promoveu na quinta-feira, 15 de novembro, no auditório do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP), uma audiência pública para apresentação e discussão de uma nova proposta aos estudantes, docentes e técnico-administrativos. O objetivo da audiência era ampliar o diálogo com a comunidade acadêmica para o aperfeiçoamento da proposta, após a suspensão da resolução do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Cepec) nº 1908/2014, que estabelecia aulas de 60 minutos para os cursos de graduação, conforme exigência do Ministério da Educação (MEC).

Os impactos que causariam a vigência da resolução, que modificaria os horários de início e término das aulas dos cursos matutinos e noturnos, levaram os estudantes a se mobilizarem contrários à determinação. Com isso, a comissão do Consuni se reuniu novamente para elaborar nova proposta, considerando as resoluções do Conselho Nacional de Educação (CNE) do MEC e o Regimento Geral dos Cursos de Graduação (RGCG) da UFG, que determinam uma carga horária mínima de 60 minutos de aulas para os cursos superiores.

Pró-reitor de Graduação destacou a importância da participação da comunidade acadêmica nas discussões para aperfeiçoar a nova proposta de horários de aula

“Depois da expansão dos cursos com o Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), recebemos diversas visitas técnicas do MEC e verificamos que os cursos da UFG não estavam cumprindo a carga horária mínima”, comentou o pró-reitor de Graduação, Luiz Mello, à frente da audiência. O pró-reitor explicou que a resolução do CNE atribui às instituições de ensino superior a forma como serão utilizados os 60 minutos de aula, desde que cumpram as respectivas cargas horárias dos cursos. Sendo assim, a hora-aula poderá ser composta por atividades presenciais e supervisionadas.

A nova proposta para horário de aula pretende manter os atuais horários praticados pelas unidades acadêmicas, com 50 minutos de aulas presenciais, e instituir que os demais 10 minutos integrantes da hora-aula sejam destinados a atividades supervisionadas. Essas atividades poderão ser realizadas em forma de estudos individuais e coletivos, trabalhos de campo, trabalhos extraclasse, participação em congressos, experiência de iniciação científica, dentre outros.

No caso do período noturno, em que a hora-aula praticada é de 45 minutos, serão destinados 15 minutos para atividades supervisionadas. Isso porque a padronização para o formato utilizado no turno matutino, com aulas de 50 minutos, traria problemas como a dificuldade de deslocamento de estudantes que utilizam o transporte coletivo e o pagamento de adicional noturno para professores.

Diretora da FE, Karine Nunes (à esq.) e diretora da FEFD, Anegleyce Teodoro, tiraram dúvidas dos docentes sobre a nova proposta

A diretora da Faculdade de Educação (FE) e membro da comissão, Karine Nunes de Moraes, explicou que a ideia de continuar com horário diferenciado para os cursos noturnos também visa à garantia da permanência dos estudantes desse turno na universidade, pois grande parte deles são trabalhadores e enfrentam dificuldades para chegarem à faculdade em horários prévios. Também houve reclamações quanto ao possível término das aulas após às 22h em função da longa distância percorrida por alguns estudantes da UFG até suas residências e da dependência do transporte público, que circula com mais demora desse horário em diante. “Tentamos aperfeiçoar a proposta respeitando a diversidade dos cursos da UFG e a natureza dos Projetos Pedagógicos dos Cursos”, ressaltou.

Para a diretora da Faculdade de Educação Física e Dança (FEFD) e membro da comissão, Anegleyce Teodoro Rodrigues, a adesão à nova proposta exigirá a adequação dos professores a uma nova cultura de trabalho, pois todas as atividades supervisionadas deverão constar no plano de ensino entregue aos alunos, sendo responsabilidade dos docentes garantirem o cumprimento.