Amamentação é tema destaque no III CoBENeo

Texto: Angélica Queiroz

Fotos: Carlos Siqueira

Na tarde desta quinta-feira (13) a amamentação foi um dos temas discutidos no 3º Congresso Brasileiro de Enfermagem Neonatal (III CoBENeo), que está sendo realizado no Centro de Convenções de Goiânia. A roda de conversa aconteceu na Tenda Paulo Freire, e teve a participação de profissionais de todo o país, além de mães e pais que levaram seus bebês.

Mamaço foi um dos momentos mais esperados da programação

A professora Flaviana Vieira da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (FEN/UFG) comandou uma conversa em que falou das técnicas de amamentação, ouviu depoimentos e esclareceu dúvidas sobre o ato tão importante para o bebê e, muitas vezes, tão difícil para as mães. Em seguida, algumas mães participaram de um mamaço, que completou o evento.

Professora Flaviana fala sobre técnicas de amamentação

Flaviana orientou as mães sobre como amamentar corretamente, evitando lesões, e como trata-las, caso aconteçam. A tese da professora, na qual ela indica o melhor tratamento para os traumas mamilares, foi vencedora do Prêmio Capes de Tese 2014, na área da Enfermagem.

Segundo Flaviana muitas mães pensam que a dor ao amamentar é normal, mas não é. “A mulher começa a sentir dor, isso faz com ela protele as mamadas e introduza outros alimentos que não o leite materno, fator de risco para o desmame”. Por isso, a professora da FEN falou da importância do acompanhamento profissional nas primeiras mamadas. “Dessa forma as chances de sucesso na amamentação aumentam significativamente,” explicou.

Doulas

Outro destaque dessa tarde foi o papel das doulas no parto e pós-parto. A doula Michele Guirado foi quem conversou com as mães e profissionais sobre o assunto. Segundo ela, em muitos casos, falta alguém para dar suporte físico e emocional às mães antes, durante e no pós-parto. “É ai que entra a doula, uma profissional treinada para orientar a mãe”, explicou.

Ambiente descontraído na Tenda Paulo Freire

Segundo ela, as doulas podem se especializar em atividades como acupuntura e homeopatia, que podem auxiliar bastante nesse período. No entanto, os principais instrumentos de trabalho, de acordo com Michele, são carinho, afeto e disponibilidade. A doula ressaltou que esse tipo de profissional não quer competir e nem interferir no trabalho dos profissionais de saúde, mas ajudar. “Todos têm seu papel e importância. A gente quer somar”, afirmou.

Michele apresentou pesquisas que comprovam que com o auxílio de doulas, o número de cesárias diminui 50% e a necessidade de analgésicos durante o parto cai quase 60%. “Além do benefício emocional e da melhor interação pós-parto entre a mãe o bebê, ainda temos benefício econômico”, concluiu. Para ela, ainda há a necessidade de informar a todos, incluindo os profissionais da saúde, sobre a necessidade desse serviço. “Os médicos que tem alguma restrição com as doulas não conhecem o trabalho que a gente faz. Esse acompanhamento só traz benefícios a todos”, finalizou.