Sustentabilidade e filosofia em pauta no Fica 2014

Texto: Serena Veloso

Fotos: Serena Veloso e Flávio Isaac

Ideias simples podem contribuir para o desenvolvimento de um mundo sustentável. Com essa proposta, foi montada, na Unidade Sant’Ana do Câmpus Cidade de Goiás, a Mostra Caminhos para a sustentabilidade, durante o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica). De quinta-feira a domingo, 29 a 31 de maio, os visitantes da exposição puderam conferir uma série de painéis com os resultados de projetos arquitetônicos sustentáveis desenvolvidos pelos integrantes do Grupo PET-Engenharias (Conexões de Saberes), da Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação (EMC) da UFG, juntamente a estudantes e professores da Escola de Engenharia Civil (EEC) e Faculdade de Artes Visuais (FAV).

A mostra é uma das propostas da Liga de Inventores do Grupo PET-Engenharias, por meio do projeto de ensino Fábrica de Projetos. Desenvolvido há três anos, este tem por objetivo criar e disponibilizar projetos de arquitetura, elétricos e hidráulicos necessários para a construção de habitações de interesse social. A mostra reúne painéis sobre três propostas arquitetônicas criadas pelo grupo, Casa Babaçu, Casa Baru e Casa Buriti, além de apresentar alguns estudos desenvolvidos pela EMC, como a conversão de veículo à combustão em veículo elétrico, o Plano de Logística Sustentável da UFG e o Sistema de Aquecimento Solar de Baixo Custo.

Mostra Caminhos para a sustentabilidade reúne ideias para desenvolvimento de casas que reduzam os impactos ambientais

As casas foram pensadas com ideias simples para a microgeração de energia e aproveitamento de materiais recicláveis, a partir de certos critérios e especificações como: tamanho da área construída não ser superior a 100 m², planta arquitetônica com dois ou três quartos, aproveitamento da água da chuva e utilização de painéis solares. Segundo o coordenador do projeto e organizador da mostra, Getúlio Antero de Deus Júnior, as propostas trazem mecanismos para alimentação, por exemplo, de chuveiros, impressoras, computadores e até veículos elétricos.

Ele explicou que não foi priorizada a viabilidade econômica das moradias, mas sim a utilização de recursos de forma sustentável. “Uma vez que você desenvolve essa consciência sustentável é claro que o planeta ganha. Você vai conseguir produzir mais equipamentos que possam ser utilizados nessas habitações. Se formos pensar só no ponto de vista de custo, não caminharíamos por esse trajeto”, ressaltou.

Cinema e filosofia

Também de quinta-feira a domingo, professores do projeto de extensão Cinestesia, do curso de Filosofia do Câmpus Cidade de Goiás, realizaram o Cine Debate: Lars Von Trier e a Filosofia. Três filmes do cineasta dinamarquês foram exibidos durante a atividade: Anticristo, Melancolia e Dogville. Os debates foram promovidos pelos professores Sílvio Carlos, Priscila Borges e Paulo Fernando, com a colaboração da mestra em Cinema, Marina Campos, e da mestra em Filosofia,  Andressa Alves, ambas pela UFSCar.

Professor Sílvio Carlos, do curso de Filosofia do Câmpus da Cidade de Goiás, debate o filme Anticristo

“A ideia da parceria com o Fica foi justamente pensando em aproveitar o espaço do festival para a divulgação dos cursos e do trabalho que a gente já faz com o projeto”, destacou a professora e coordenadora do bacharelado em Filosofia da UFG, Priscila Borges. Criado em 2012, o projeto de extensão tem como proposta a exibição de filmes e a discussão sobre os conceitos filosóficos presentes nas obras de grandes diretores como Lars Von Trier, que costuma trabalhar com questões polêmicas e ficou conhecido após fundar o manifesto Dogma 95.