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Roda de Conversa com Comunidades Tradicionais

Discussões sobre educação e conflitos ambientais marcam programação do 4º dia do Fica

Em 30/05/14 20:24.

Atividades tiveram participação de professores da FIC, do Iesa, do curso de Administração da Cidade de Goiás e de pesquisador do Lagente

Texto e fotos: Serena Veloso

Quem esteve na Cidade de Goiás na sexta-feira, 30 de maio, encontrou um movimento a mais, com o aumento no número de visitantes, e atividades diversas que convidavam a refletir sobre os espaços conquistados pela temática do meio ambiente em debates no atual cenário do Brasil e do mundo. Dando continuidade à programação de atividades na 16ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica), a UFG abriu novamente as portas do Câmpus da Cidade de Goiás para receber os minicursos de cinema e meio ambiente, três deles ministrados por professores da universidade. Já dentro da programação preparada pela Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial no festival, uma roda de conversa discutiu a luta das comunidades étnicas pela manutenção da tradição e de seus territórios.

No espaço montado no Convento do Rosário, a calmaria do lugar se tornou o cenário ideal para a realização de um momento de diálogo com a comunidade. Às 10h, teve início a Roda de Conversa com Comunidades Tradicionais, com o doutorando do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFG e pesquisador do Laboratório de Estudos de Gênero Étnico-Raciais e Espacialidades (Lagente), Vinícius Gomes Aguiar. Com o tema Justiça, Racismo Ambiental e Quilombos, a roda tratou dos conflitos ambientais vividos pelas comunidades étnicas no Brasil, a partir da tese em desenvolvimento do pesquisador sobre o Quilombo Mesquita, situado em Cidade Ocidental (GO).

Roda de Conversa - Fica

Preservação dos espaços das comunidades tradicionais é assunto da roda de conversa promovida por pesquisador do Lagente

“O território tem se tornado um espaço de disputa e diálogo entre as comunidades e alguns entes de expansão do desenvolvimento econômico”, contextualizou o doutorando, explicando os movimentos de fragmentação dos territórios das comunidades tradicionais, em razão da ocupação dessas terras pelos grandes empreendimentos. Segundo Vinícius Gomes, a maioria destes grupos no Brasil não possui a certificação da terra, o que tem ameaçado de forma impactante sua sobrevivência, apesar do resguardo da constituição, que determina a preservação dos territórios pertencente a estas comunidades. Este é o caso do Quilombo Mesquita, localizado em uma área com forte especulação mobiliária e cercado pela construção de condomínios horizontais.

A atividade teve a participação do cacique Raul, da tribo dos Karajás, da cidade de Aruanã (GO), que relatou a experiência de luta do grupo contra a destruição e poluição das praias e dos locais que ocupam, devido a ações como desmatamento e descarte de lixo nos rios. O cacique explicou que, em razão da desestruturação da comunidade, “a nova geração, para se sustentar, começou a entrar no trabalho predatório da pesca e extração de madeira”.

Educação Ambiental

A programação da tarde na UFG trouxe o minicurso Educação Ambiental Aplicada à Cultura da Sustentabilidade, ministrado pela professora Sandra de Fátima do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa) da UFG. A atividade que teve início na quinta-feira (29/05) e foi até sábado (1º/06) propôs reflexões sobre novas formas de pensar a educação ambiental, que combinam o pensamento científico à sensibilização, por meio da inteligência emocional, para o estabelecimento de práticas de consumo consciente e de uma cultura da sustentabilidade. “Educação ambiental é esse despertar, trabalhar as outras inteligências – emocional e espiritual. Unir o cérebro ao coração. Ela deve estabelecer uma práxis revolucionária e libertadora, capaz de promover a transformação social”, explicou a professora.

Minicurso Educação Ambiental

Professora do Iesa discute a promoção da cultura de sustentabilidade em minicurso ministrado no Fica

Sandra de Fátima enfatizou ainda que a cultura da sustentabilidade trabalha o cuidado e o respeito com a terra, os seres vivos, a manutenção do ciclo vivo em harmonia, a saúde das bacias hidrográficas, o uso ético dos recursos naturais e fontes renováveis de energia, além da segurança alimentar.

Os professores Daniel Christino, da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC), e Juliano Avelar Moura do curso de Administração do CCG também deram continuidade às atividades de seus minicursos: Transmídias: cinema, videogames e histórias em quadrinho e A cidade verde: hortas urbanas para romper os concretos, para favorecer a segurança alimentar, para ocupar os espaços públicos ociosos, respectivamente.

Fonte: Ascom UFG

Categorias: FICA 2014 Roda de Conversa Minicursos Última hora

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