
Professores da UFG ministram minicursos no terceiro dia do Fica
Mais de 400 pessoas se inscreveram em oficinas e minicursos sobre cinema e meio ambiente que acontecem de quinta-feira a sábado
Texto e fotos: Serena Veloso
Cinema, educação ambiental e aproveitamento sustentável de espaços urbanos foram algumas das temáticas discutidas no terceiro dia de atividades da 16ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica). No dia de ontem, 29 de maio, a Unidade Sant'Ana do Câmpus da Cidade de Goiás (CCG) da UFG sediou a programação de oficinas e minicursos sobre cinema e meio ambiente, tendo a participação de professores da Regional Goiânia e da cidade vilaboense. Já no Espaço da Secretaria Municipal de Recursos Hídricos e Meio Ambiente (Semarh), um seminário sobre cinema e educação ambiental reuniu representantes de instituições de ensino superior de Goiás, dentre elas a UFG. Até sábado, está prevista a participação de 451 inscritos nas oficinas e nos minicursos do festival.
As discussões sobre narrativa cinematográfica e as novas mídias tangeram o minicurso Transmídias: cinema, videogames e histórias em quadrinho, ministrado pelo professor Daniel Christino, da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC). A partir do conceito de narrativa, o professor relacionou a forma como o cinema tem se articulado com as diferentes mídias na atualidade, o que tem modificado a concepção da narrativa cinematográfica quando esta é levada para diferentes suportes. “Você tem um universo ficcional, como exemplo o Senhor dos Anéis. O game, a história em quadrinhos e o filme vão acrescentando elementos a esse universo ficcional de modo que você já não conhece o que é o Senhor dos Anéis lendo apenas os livros. É necessária uma experiência transmidiática deste universo para poder de fato compreendê-lo”, explicou.
Minicurso apresenta projetos de criação de hortas urbanas
Ampliar o debate sobre soluções para uso sustentável do meio ambiente também é um dos objetivos do Fica. Para o professor Juliano Avelar Moura, do curso de Administração do CCG, é possível transportar estas ideias para o contexto urbano, a partir de novas formas de utilização dos espaços da cidade. Ele apresentou resultados bem-sucedidos de projetos de hortas verdes em bairros de cidades de médio e grande porte durante o minicurso A cidade verde: hortas urbanas para romper os concretos, para favorecer a segurança alimentar, para ocupar os espaços públicos ociosos.
Segundo o professor, já existe uma legislação em vigor que legitima a criação de hortas urbanas, por meio, por exemplo, da ocupação legal de imóveis em desuso há anos ou em parceria com entidades privadas. Belo Horizonte, Sete Lagoas e Pedro Leopoldo, em Minas Gerais, são cidades onde foram construídos estes espaços, que buscam beneficiar a comunidade no contexto social, econômico e ambiental. “Podemos tentar estabelecer novas relações com essas áreas ociosas, ao invés de ocupá-las com concreto. Quando falamos em cidade verde, tratamos desse espaço que pode produzir a favor da sociedade”, afirmou. O professor destacou, dentre as vantagens, a possibilidade de aumento da renda das famílias vulneráveis, a produção de alimentos saudáveis para a comunidade, a harmonização dos espaços urbanos, o desenvolvimento de práticas de educação ambiental e a criação de redes de comércio próximos aos bairros, o que reduziria o impacto da utilização de veículos para deslocamento para os centros comerciais.
Diretor da FIC discute educação ambiental no cinema em seminário do Fica
A programação da tarde de quinta-feira teve ainda o seminário O cinema e a produção audiovisual como componentes da educação ambiental, no Espaço Semarh. A atividade, mediada pelo analista ambiental da Semarh, Thiarlles Elias de Paula, teve a participação do diretor da FIC, Magno Luiz de Medeiros; dos professores da UEG, Eusébio Fernandes e Rosivaldo Pereira; o docente do IFG, Leandro Carvalho, e ainda o gerente de Educação Ambiental da Semarh, Hugo Leonardo de Araújo Godinho, e do comunicador social, Tadeu Ribeiro.
Na ocasião, o diretor da FIC propôs uma reflexão sobre o tema cinema e meio ambiente, a partir do filme Avatar (2012), do diretor James Cameron. A obra discute a questão da preservação ambiental sob a ótica do desenvolvimento tecnológico e da exploração das riquezas energéticas e expõe ainda a integração do homem com a natureza. “Temos que trabalhar de maneira racional, para garantirmos o futuro das próximas gerações”, alertou o professor, que considera importante no debate sobre educação ambiental o trabalho de sensibilização e conscientização dos alunos.
Fonte: Ascom UFG
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