Geraldo Azevedo

Geraldo Azevedo encanta plateia na abertura da temporada 2014 do Música no Câmpus

On 05/07/14 11:17 .

Acompanhado dos filhos, o cantor e compositor pernambucano relembrou sucessos de sua trajetória

Geraldo Azevedo no Música no Câmpus

Público canta e dança ao som das músicas animadas do cantor e compositor Geraldo Azevedo

Da Bossa Nova aos ritmos latinos, do forró à MPB, Geraldo Azevedo mostrou na noite de ontem, 6 de maio, que não perdeu o gingado em mais de 40 anos carreira. Nem precisou convidar a plateia a se animar. Mal começava o show, no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal da UFG, e os fãs, ávidos para ouvir de perto os sucessos que marcaram a carreira do cantor e compositor, saíram das poltronas e ocuparam rapidamente à frente do palco. Acompanhado dos filhos Lucas Amorim e Tiago Azevedo, nas percussões, e Clarice Azevedo, no backing vocal – recente revelação do samba – Geraldo Azevedo abriu a temporada 2014 do projeto Música no Câmpus, uma realização da UFG e Sesc Goiás.

As origens pernambucanas estão arraigadas nas canções do artista, que se consagrou com faixas como Dona da Minha Cabeça, O Princípio do Prazer, Você se Lembra, Táxi Lunar e Bicho de Sete Cabeças todas celebradas na apresentação: um verdadeiro convite para todo mundo cantar e dançar. Também não faltaram as músicas que se tornaram célebres nas vozes de parceiros como Elba Ramalho, Alceu Valença e Zé Ramalho. Mas foi com Dia Branco que o pernambucano puxou um coro empolgado dos presentes e foi bastante aplaudido ao final da execução.

Geraldo Azevedo e a filha Clarice Azevedo

Geraldo Azevedo faz dueto com a filha Clarice Azevedo, umas das mais recentes revelações do samba

Para falar sobre a experiência de cantar ao lado dos filhos, pelo projeto Em Família, e das memórias de sua longa trajetória artística, com 22 discos gravados e mais um previsto para ser lançado no próximo semestre, Geraldo Azevedo cedeu uma breve entrevista à Assessoria de Comunicação da UFG:

ASCOM UFG: Seu trabalho traz uma influência muito grande dos ritmos brasileiros, principalmente regionais nordestinos, da Bossa Nova e da música latina. De onde surgiu esse gosto e intimidade com estes gêneros? Essa influência vem de berço?

Geraldo Azevedo: Sempre gostei de violão, mas achava o violão uma coisa meio quadrada. Quando surgiu a Bossa Nova me interessei muito mais pelo instrumento, porque tinha umas harmonias, tinha uns acordes diferentes, a dissonância, aquelas coisas todas. E também tem um fato: eu nasci numa cidade chamada Petrolina, que fica de frente à Juazeiro da Bahia, que é a terra de João Gilberto. E dizem que a Bossa Nova nasceu na beira do rio São Francisco, por meio de João Gilberto. Essa herança trouxe a Bossa Nova para dentro de mim e talvez por isso me transformou em um músico. O fato de eu ficar pesquisando a Bossa Nova, aqueles acordes, me deu tanta vontade de aprender violão, aprender música, que acabou por me fazer seguir a profissão de músico, o que na verdade não era minha intenção. Nunca planejei ter essa carreira artística, no entanto a vida foi me levando.

ASCOM: Esse projeto com seus filhos vem de longa data?

GA: Comecei a trabalhar com o Lucas, meu filho mais velho, na década de 90, quando o chamei para tocar percussão em um projeto que fiz com o Zé Ramalho. Ele tinha o grupo dele e passou a trabalhar comigo. Em 2000, o Tiago tinha feito 18 anos e começou a ser o baterista da minha banda. E em 2013, a Clarice já estava cantando muito bem – ela também compõe – e começou a fazer o vocal no meu trabalho. De repente teve uma época que eu resolvi fazer um show só com eles. Fui convidado para fazer esse show fora do Brasil e ele foi levado para Londres. Mas nessa viagem o Lucas decidiu ficar por lá, quis morar na cidade. Depois ele voltou para cá e então retomei o projeto com os filhos.

ASCOM: Como é essa experiência de tocar com eles?

GA: É uma interação emocional muito forte e o resgate daquela história de que quando você é jovem e tem filhos, você sai viajando na estrada e os deixa em casa, mas quando volta eles estão maiores, diferentes. Eu fazia muitas turnês na década de 80 e ficava muito ausente dos filhos. Hoje eu estou tendo a oportunidade de viajar com eles. Isso já é uma coisa muito gratificante.

ASCOM: Você fez parcerias com grandes nomes da música brasileira: Elba Ramalho, que foi uma das artistas que mais interpretou músicas de sua autoria, Zé Ramalho e também Alceu Valença. Como você avalia o resultado dessas parcerias?

GA: Eu adoro parcerias. Além desses parceiros mais conhecidos, tenho muitos outros que fazem música comigo, como o Geraldo Vandré, Moraes Moreira, Fausto Nilo, Capinan, Carlos Fernando, são vários parceiros que entraram na minha carreira. Além de integrar nosso trabalho, a parceria dá algo a mais, além do que você tem. E também é uma coisa que soma nosso público. O Grande Encontro e o Cantoria foram projetos maravilhosos que marcaram muito a minha carreira.

ASCOM: Existe alguma parceria que você queira fazer futuramente com algum artista que ainda não tenha feito?

GA: Ultimamente tenho feito vários shows com a Elba Ramalho. As coisas vão acontecendo. Provavelmente eu ainda vou subir no palco com Zeca Baleiro, Lenine, essas pessoas todas que eu tenho uma admiração. Assim como já tive a oportunidade de cantar com Milton Nascimento e outras pessoas que aprecio. Com o João Gilberto é um sonho, não sei se um dia vou chegar a cantar um dia com ele.

ASCOM: Quais são os seus projetos para 2014?

GA: Tenho agora um disco novo para lançar com músicas inéditas e a gravação de um DVD de carnaval. Eu participo todo ano do carnaval em Pernambuco, e nesse DVD vai ter muito frevo. 

 

Source: Ascom UFG

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