Lideranças indígenas são recebidas pela Reitoria
Durante o encontro, a inclusão e a permanência de estudantes indígenas e quilombolas na UFG foram temas abordados
Texto: Michele Martins
Fotos: Adriana Silva
Na manhã de hoje, 6 de maio, o reitor Orlando Afonso Valle do Amaral e o vice-reitor Manoel Rodrigues Chaves receberam lideranças indígenas das etnias Karajá e Xavante na Reitoria. O encontro foi uma solicitação da representante dos estudantes indígenas que entraram na universidade por meio do programa UFG Inclui, Rafaella Karajá, do 5º período do curso de Direito. Na oportunidade, os índios Daniel Coxini Karajá e Paulo Supretaplã Xavante, ao lado da coordenadora da produtora cultural Ikore, Ângela Papiani, entregaram para o reitor os livros Ynyxiwè que trouxe o sol e Ai'höubuni - o Lobo Guará, que fazem parte do projeto Histórias da Tradição.
Reitor recebe livros do projeto Histórias da Tradição
Durante o encontro, foram discutidas questões sobre a inclusão e a permanência de estudantes indígenas e quilombolas na UFG. Apesar do reconhecimento de que nos últimos anos houve grande abertura por parte da universidade para receber estudantes pertencentes a essas minorias sociais, todos concordaram que ainda é baixa a quantidade destas matriculada atualmente.
Ao lado do coordenador de Inclusão e Permanência da UFG, professor Jean Baptista, Rafaella Karajá relatou algumas iniciativas que já têm sido desenvolvidas para informar sobre o apoio que a instituição oferece para os estudantes concluirem seus cursos. Uma dessas iniciativas é a realização do projeto Roda de Conversa, idealizado pelo pró-reitor de Graduação Luiz Mello, que consiste em promover reuniões mensais entre integrantes da Pró-Reitoria de Graduação e os estudantes indígenas e quilombolas, nas quais são repassadas informações sobre ações de permanência e o acompanhamento acadêmico aos estudantes. "Precisamos mostrar para esses jovens que a universidade oferece esse apoio", declarou Rafaella Karajá.
Para o índio Paulo Supretaplã Xavante, oportunidades para os índios fazerem um curso superior são muito boas para eles, mas têm de superar as dificuldades de deixarem suas aldeias. "É difícil deixar a cultura da gente, mas temos curiosidade e a vontade de aprender como é a vida do homem branco. As lideranças devem incentivar os mais jovens a aproveitar as oportunidades", declarou o líder Xavante.
O índio Daniel Coxini Karajá, estudante de especialização em Licenciatura Indígena na UFG, contribuiu na produção de um dos livros do projeto Histórias da Tradição. Ele relatou que já é antigo o envolvimento de seu povo com a UFG, mas que ainda há a necessidade de estreitamento desses laços. "A partir de quando a universidade dar mais abertura para participarmos, todo mundo vai querer entrar. Não queremos só as licenciaturas, queremos também entrar em cursos como Medicina, Agronomia e Engenharia de Alimentos", defendeu.
Professor Jean Baptista, vice-reitor Manoel Rodrigues Chaves, coordenadora da produtora cultural Ikore, Ângela Papiani, Paulo Supretaplã Xavante, reitor Orlando Amaral, Daniel Coxini Karajá, Rafaella Karajá e o assessor de Gabinete João Teodoro
Os exemplares dos livros entregues ao reitor da UFG foram editados a partir das narrativas tradicionais dos povos Karajá, que se autodenomina Iny, e Xavante, que se autodenomina A’uwê Uptabi, das aldeias Fontoura e Etenhiritipá. As obras divulgam narrativas registradas em áudio e vídeo, desenhos, textos e fotografias, além de receberem o patrocínio do Programa Petrobras Cultural. A produtora Ângela Papiani informou que exemplares serão doados às bibliotecas da UFG.
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